06 novembro 2013

Violência Encomendada

As sucessivas manifestações do denominado e mascarado grupo Black Bloc negam e contestam regras sociais, leis e decisões de autoridades. Violência e desobediência civil são seu manual de ação.

Mobilizam-se pela internet e “colam-se” dissimuladamente em apoio às manifestações pacíficas. Retoricamente, afirmam que não são “um grupo”. Que representam uma "atitude", um "pensamento", e que não tem uma liderança identificada.
Essa roupagem pretensamente ideológica não esconde a sua demagógica e covarde violência e depredação. Porém, surpreendente e irresponsavelmente, há quem simpatize e os defenda. E dizem que é o ônus da democracia.

Ora, a organização, a plenitude e o exercício democrático que a nação alcançou, desde o fim da ditadura, não avalizam tais atitudes. Afinal, há outros meios de demonstrar divergências, inconformidades e reivindicações.

Ainda que tenhamos restrições e inúmeros questionamentos, por exemplo, sobre a qualidade do destino do dinheiro público e da representação político-partidário, isso não assegura o direito (e a liberdade) de “sair por aí” depredando patrimônio alheio, público e privado.

Afinal, suponho que os contestadores, eles próprios, seus pais e amigos, também acumularam bens e pagaram por eles. Consequentemente, todos compreendem a natureza do sistema econômico e social nacional. Em outras palavras, “as coisas não caem do céu!”.

Porém, há algo pior acontecendo. A omissão das autoridades. Noutro episódio recente, um juiz não deu reintegração de posse à direção da Universidade de São Paulo, pois entendera como legítimo o ato dos invasores da reitoria da famosa universidade. Os invasores haviam quebrado portas, vidros e objetos à base de marretas e machados!

Mas há algo mais intrigante. Onde estão os serviços de inteligência policial? Por que não monitoram esses movimentos? Por que não conseguem se antecipar aos fatos e mobilizar forças policiais suficientes para prender e identificar “uns cem ou duzentos” de uma só vez?

Concluindo, parece evidente que os movimentos violentos são encomendados e desempenham uma tarefa política. E por quê? Porque assustam e inibem o povo, que teria reivindicações e contestações a fazer. Com viés fascista, a violência esvazia os pacíficos movimentos populares.

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