14 abril 2009

Os "Novos" Mutantes

Face o notório agravamento das relações de nosso povo com seus representantes político-governamentais, a evidente frustração e o sentimento de fraude, o crescimento da violência, da indiferença, da pobreza e da desesperança, importa relembrar dois expressivos pensadores políticos.
E ao relembrar especialmente duas frases, outro intuito não há senão provocar o despertar de uma consciência cívica, rebelde e independente nas pessoas.
Acordar o ânimo para a construção de uma nação livre e liberta da influência perversa do Estado e seus representantes, que não servem ao povo, mas que se servem do povo!
Nunca devemos esquecer que governos não produzem um mísero prego ou um grão de feijão. Quem produz a riqueza são as pessoas, com suas famílias, as empresas e os trabalhadores.
O governo deveria ser um intermediário para algumas específicas, limitadas, objetivas e eficazes funções. Quando cresce demais, quando tem importância exagerada, vira um monstro cego e “devorador”.
O russo Mikhail Bakunin (1814-1876) era um estudioso das estruturas de poder e da natureza da condição humana. É o principal pensador e propagador do anarquismo.
Os anarquistas defendem a ausência de governos na suposição de que um sistema social só funciona com a maximização da liberdade individual e da igualdade social.
Bakunin afirmava que a centralização da autoridade e do Estado criavam um obstáculo ao desenvolvimento das pessoas e das nações.
Profeticamente, disse: "O governo da imensa maioria se faz por uma minoria privilegiada que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários, não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana”.
Outro sujeito, Milovan Djilas (1911-1995), ex-ministro, vice-presidente, dissidente e contestador do regime comunista iugoslavo, ao tempo de Josip Broz Tito, dizia em seu livro “A Nova Classe” (1957):
“É muito difícil, talvez impossível, definir os limites da nova classe e identificar seus membros. Pode-se dizer que ela é constituída daqueles que gozam privilégios especiais e favoritismo econômico devido ao monopólio administrativo que detém”.
Os autores em questão se referiam aos excessos da decadente realeza e do ascendente comunismo. Mas, hoje e então, o que dizer de nossa democracia, que a cada dia se revela uma farsa, um artifício e meio de locupletação de uma casta, que se renova como uma praga agrícola, uma mutação cada vez mais poderosa?
Conclusão: não há nada de novo no “front” da história! Poder, arrogância, soberba e escândalos. Agora, também nós assistimos a ascensão e as manobras dos “novos” mutantes!

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