02 janeiro 2012

De rir. E de morrer!

Recentemente, o mundo ficou sabendo da morte do ditador da Coréia do Norte, Kim Jong-iL (1941-2011), presidente da Comissão Nacional de Defesa e Secretário-Geral do Partido do Trabalho, os dois cargos máximos norte-coreanos.
No poder desde 1994, dezessete anos, portanto, Kim Jong sucedera o próprio pai Kim iL Sung (1912-1994) que já ficara no poder durante outros 46 anos. Quem vai sucedê-lo é o filho Kim Jong-uN, nascido em 1993, ou seja, 27 anos de idade. Neto e filho de tiranos sanguinários, o jovem Kim Jong-uN é um enigma comportamental. Para o bem e para o mal.
A Coréia do Norte é um país pobre e isolado do mundo ocidental. Ditadura familiar e militar, partido único e nenhuma liberdade de imprensa e opinião. Não é toa que milhares de pessoas já fugiram do país, a exemplo de nossa vizinha Cuba.
Tanto a Coréia quanto Cuba estão parados em algum ponto do túnel do tempo, possivelmente uns sessenta anos atrás, como que petrificados, congelados e “possuídos” por ideais (seriam ideais?) que a história sepultou.
Mas tem quem goste e ainda acredite em idealizadas tiranias. Até mesmo no Brasil, exemplo de país aberto, democrático e com imensa liberdade de imprensa, opinião e organização social.
Estou falando da longa nota oficial do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) ao se solidarizar com o povo coreano e com o Partido do Trabalho da Coréia pela morte do seu líder. Assinada pelo presidente nacional do PCdoB, a nota destaca o “profundo pesar pelo falecimento de Kim”.
A nota também destaca “sua dedicação pela (...) construção de um Estado e de uma economia prósperos e socialistas - baseados nos interesses e necessidades das massas populares”.
E entre outras tantas afirmações fora da realidade, nosso PCdoB finaliza: “(...) que seguirão unidos para defender a independência frente às ameaças e ataques covardes do imperialismo, e seguir impulsionando as inovações necessárias para avançar na construção socialista e na melhoria da vida do povo coreano”.
Creio que não é preciso dizer mais nada sobre essa nota oficial. Será uma idealização, um delírio ou o quê? O assustador é que se trata de um partido político brasileiro e apto ao poder nacional.
Não fosse sério e preocupante o “conjunto da obra”, tanto do lado de lá como do lado de cá, o mais engraçado - e isso não é novidade para quem estuda a natureza das ditaduras e seu gosto pelo luxo e extravagâncias burguesas - é o seguinte:
Quem deveria ser o sucessor na Coréia do Norte era o filho mais velho. Mas foi afastado da sucessão por ter sido flagrado com um passaporte falso no Japão quando tentava visitar a Disneylândia. Já o filho que agora assume estudou na Suíça e já teria visitado a Disneylândia japonesa usando um passaporte brasileiro.
É de morrer de rir. O diabo é que os tiranizados norte-coreanos morrem de verdade!

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