17 outubro 2013

Uma Interpretação Pré-Eleitoral

A presidente Dilma é favorita à reeleição. Ainda que haja sérias questões da administração pública com possibilidades de agravamento e influência no processo eleitoral, a exemplo da inflação, alta dos juros, aumento de combustíveis (daqui alguns dias, anote!), as contas escandalosas e mal-explicadas da Petrobrás e do BNDES, “aparelhamento” total do estado, etc, etc...

Mas quem dá “bola”? O povão está preocupado com seu crediário e com o imbatível Bolsa-Família, “o plano cruzado petista”.

E Marina Silva? Derrotada pela burocracia dos cartórios eleitorais, aderiu ao PSB e à candidatura de Eduardo Campos. Acrescentará? Seu eleitorado (ambientalista e evangélico) está frustrado e migrará para setores mais contundentes daquilo que nominamos de “antipolítica”. E anti-PT. Mas, se Marina for candidata, seus eleitores voltam e o quadro muda.

Entretanto, apesar dos discursos “transformistas e renovadores”, Campos e Marina não são o novo na política. São costelas (quebradas) da administração Lula-Dilma. Logo, terão imensa dificuldade em “acertar o eixo e o tom da campanha eleitoral”, de modo coerente.

E Aécio Neves? Ainda que saia de Minas Gerais com expressiva votação, seu estilo pessoal e fama de “playboy” não se encaixam naquilo que parcela do eleitorado está demandando. Seu partido está “rachado”. José Serra ainda está no jogo. Mais grave: o segmento capitalista que poderia ser qualificado como um outrora eleitor do PSDB, hoje é um simpatizante petista.

O governo do PT, tanto na gestão Lula quanto na de Dilma, é uma continuidade da administração liberal de FHC. Em todos os setores são generosas e influentes as relações com o empresariado. Bancos e empresas nunca ganharam tanto nos negócios. E em verbas públicas!

Ainda não soubemos quem, mas algum candidato fará o discurso de acusação e associação da generalizada violência e corrupção nacional às administrações petistas. Há uma evidente questão ética e conservadora pendente e capaz de angariar muitos votos.

Então, há (muito) espaço à esquerda e à direita de possibilidade de contestação legítima e ideológica ao governo. Tanto para a colheita dos votos da antipolítica e pró-ética, quanto os votos “verdes” e “evangélicos” de Marina.

De todo modo, e em qualquer prévio e hipotético cenário, Dilma é favorita. Porque não há oposição clara, qualitativa e sistemática. E, afinal, quatorze milhões de famílias no Bolsa-Família são um exército eleitoral que os outros candidatos não têm.

Nenhum comentário: