08 novembro 2007

A Cor do Camaleão

“É muito difícil, talvez impossível, definir os limites da nova classe e identificar seus membros. Pode-se dizer que ela é constituída daqueles que gozam privilégios especiais e favoritismo econômico devido ao monopólio administrativo que detém.”

Do livro “A Nova Classe”(1957), de Milovan Djilas.

Já dizia o iugoslavo Milovan Djilas, ex-ministro, vice-presidente, dissidente e contestador do regime comunista, ao tempo de Josip Broz Tito: “É muito difícil, talvez impossível, definir os limites da nova classe e identificar seus membros. Pode-se dizer que ela é constituída daqueles que gozam privilégios especiais e favoritismo econômico devido ao monopólio administrativo que detém.”.

Não há nada de novo no front! O Politburo desdobra-se em procedimentos de contenção do dique comportamental rompido. Operações de mascaramento das relações noturnas dos companheiros da hora.

São waldomiros, delúbios, pereiras, valérios, jeffersons, jucás, meirelles, severinos, fundos de pensões, assistencialismos, aviões. São os substantivos e adjetivos novos que desafiam os dicionaristas de plantão. Quando pensamos que descobrimos seu significado/dimensão, surge nova significação/significante. É como querer descobrir a cor do camaleão.

Silêncio e distância agora são os novos papéis do mercado político. Ações/inações nem tão virtuais compradas com dinheiro real. É a repaginação, a releitura (diriam teatrólogos e decoradores) – da política!

Nenhum comentário: