10 dezembro 2010

WikiLeaks versus EUA

Não são dois times da liga norte-americana de basquete. É o nome do mais recente fenômeno da internet mundial. Um terremoto nas relações diplomáticas internacionais. Começou a ciberguerra!
O assunto mundial das últimas semanas tem dois nomes: WikiLeaks e Julian Assange. WikiLeaks é o site que promoveu o “vazamento” de milhares de documentos diplomáticos e militares das grandes potências mundiais, principalmente dos Estados Unidos. E o australiano Julian Assange é seu jovem organizador e mentor intelectual.
Entre os documentos e filmes “vazados” está o vídeo que mostra o bombardeio sofrido por doze inocentes pessoas no Iraque, realizado a partir de um helicóptero de guerra Apache norte-americano. Entre os feridos, duas crianças. E entre os seis mortos, dois repórteres fotográficos da Agência de Notícias Reuters.
Entre no Youtube e digite “collateral murder (versão integral wikileaks)”. Um filme autêntico e dublado de 17 minutos. Uma barbárie. Uma patetice que demonstra o nível que a estupidez humana alcança em meio a uma “guerra”.
Aliás, as periódicas e catastróficas incursões norte-americanas por territórios estrangeiros, a pretexto de “ensinar democracia e proteger a galáxia do mal”, têm causado milhares de mortes, mas sobretudo a morte de inocentes, notadamente crianças e mulheres.
O comportamento norte-americano, sua arrogância, sua soberba, são típicos dos impérios, nações ou povos que em determinado momento histórico sobrepõem-se aos demais pela força de sua economia ou de suas armas, “perpetuando” seu poder, sua influência, até limites insuportáveis.
Logo após o ataque ao World Trade Center-WTC, tratei diversas vezes desta temática atualíssima que é a questão do imperialismo. Haja vista a sofisticação tecnológica e a natureza global das relações sócio-econômicas, nada se compara, em todos os tempos, ao atual estágio do poder norte-americano. Para o bem e para o mal.
Os “abelhudos” diplomáticos e militares esquecem que é uma tradição do direito internacional que cada país resolva seus problemas internos, suas contradições políticas, a permanência ou o fim de suas ditaduras, suas opções sócio-econômicas, etc... Assim como o direito de reação está inscrito na história da humanidade.
Desde ontem, Julian Assange, o fundador do WikiLeaks, está preso em Londres, sob acusação de “crimes sexuais”. Foi denunciado por duas mulheres suecas.
Os crimes: ato sexual sem camisinha com uma delas, enquanto a outra o acusa de ter feito sexo enquanto (ela) dormia. E sem camisinha, também!
É de rolar de rir. Mas é sério. O risco que Julian corre é ser extraditado para os EUA e ser levado a julgamento. Crime contra a segurança nacional. Pena de morte.
Com certeza, isso não acontecerá. Porque o “mundo” sairá em sua defesa. Tirante algumas questões especiais, que podem ser classificadas como de segurança nacional e objeto de processo, a maioria dos documentos “vazados” revelam a patetice, a paranóia, a mediocridade e a incompetência dos corpos diplomáticos e de muitos governantes!

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