12 setembro 2012

Ontem e hoje

Nestes tempos de “todos plugados na internet!”, principalmente através de incontáveis e intermináveis “emails”, uma temática recorrente são os arquivos que tratam das diferenças qualitativas (estilo de vida) entre gerações. Evidentemente, com os mais velhos “puxando a brasa” em detrimento dos mais jovens. Comparar gerações e traçar paralelos sócio-comportamentais parece muito com aquela tentativa de comparar jogadores e times de futebol de ontem com os de hoje. A dificuldade é crescente e proporcional a quantidade de variáveis (fatores sociais, econômicos e culturais) que incidem em cada geração. Relativamente à juventude e aos dias de hoje, não podemos ignorar como um fator de mudança de atitude e comportamento a influência negativa da criminalidade e do desemprego. Mas, sob um olhar otimista este mesmo conjunto de fatores estressantes proporciona o surgimento de jovens mais “antenados” com a realidade e relativamente mais maduros. Muito se fala também sobre a precariedade dos atuais laços sociais. Cogita-se que a questão do emprego/desemprego/renda - haja vista que há concorrência explícita e implícita - influencia diretamente os fatores de relacionamento, tornando os jovens mais competitivos, consequentemente afetando e comprometendo a qualidade e o conjunto de suas relações sociais. Nesse “pacote competitivo” devemos incluir o “peso” do discurso do sucesso, do poder, do “eu posso”, hoje produtos-mensagem presentes em todas as prateleiras e códigos de auto-ajuda. Neste sentido, ousaria dizer que as relações sociais do passado eram menos tensas e menos competitivas. Também não podemos ignorar as questões relacionadas ao desenvolvimento e relacionamento afetivo. A absoluta liberalidade atual de comportamento, marca da geração “ficante”, contribui para uma vulgarização da afetividade, daí a dificuldade de construção de relações estáveis e intimistas. Agravados pela gritante precocidade e antecipação da iniciação sexual. O que não quer dizer que a dita estabilidade das relações afetivas do passado correspondesse à autenticidade. Talvez a estabilidade conjugal fosse muito mais conseqüência dos temores de censura social, em caso de dissolução. Tocante aos jovens, e apontando um contraponto para minhas afirmativas, quero dizer que acho que a gurizada de hoje domina melhor estas questões (e frustrações) afetivas, não “esquentando” muito a cabeça, não se estressando muito. Afinal, a “fila anda!” (continua)

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