15 janeiro 2014

Causa e Consequência

Volto ao assunto. Sai dia, entra dia, o “filme” se repete. Afinal, qual a surpresa? Por que ainda se surpreendem os brasileiros se já viram o mesmo enredo e final “umas duzentas vezes”?

A ingenuidade e passividade de nosso povo não é novidade. O que mais impressiona é que dito setores bem informados e influentes (é mesmo?), a exemplo de movimentos sociais, universidades, imprensa, empresariado, partidos e parlamentares, tangenciam a questão central relacionada à corrupção.

A rigor e basicamente, na proporção de sua incidência e não repressão objetiva e saneadora, a corrupção é um retrato da desorganização social e penal da sociedade.

Se estivermos de acordo que há elementos não mensuráveis que dizem respeito à conduta de representados e representantes, e cuja solução se supõe passe pela elevação dos níveis de educação e incremento do aparato repressivo, o que nos resta como alternativa de ação e reação?

O núcleo central de nossa indignação e combate deveria ser a diminuição do tamanho funcional, burocrático e arrecadatório do Estado. Esse é o verdadeiro fator de atração ao delito, de estímulo à corrupção endêmica!

Por demais conhecido, é desnecessário relembrar o número de impostos, taxas e contribuições que infernizam e empobrecem o cidadão. Apropriação e extorsão responsáveis pelos sucessivos recordes de arrecadação tributária que alimentam o “monstro” estatal.

União e os estados federados, uns mais outros menos, são estruturas arcaicas e hiperdimensionadas física e burocraticamente. O governo federal, o melhor exemplo do absurdo, tem 39 ministérios (ou com status de ministério) e outro tanto em estatais e secretarias especiais (alguém sabe o número exato?).

É humanamente impossível gerenciar um “monstro” desse tamanho. Menos pelo tamanho, mais pela natureza do “monstro”.
Uma nação - seu povo, seus líderes sócio-políticos e governantes - que tolera isso, a dimensão dessa tragédia, desse abuso, não é responsável, nem representa qualquer expectativa séria e otimista tocante ao seu futuro. Dolorosa verdade. Simples, nua e crua.

Desorganização, desmandos, desídia e ineficácia são retratos do tamanho do estado brasileiro. Quanto mais aparato público, mais dinheiro. Quanto mais dinheiro, mais aparato. Um círculo vicioso sem fim.

A corrupção, doença social mais grave, é mera conseqüência!




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