08 janeiro 2014

Mais do mesmo

Não imagine você que seja assim tão simples escrever um texto, ainda que semanalmente. Razão pela qual, eventualmente, consulto bem informados amigos sobre assuntos inovadores e possibilidades criativas de agradar e “provocar” o leitor. Assim como submeto rascunhos à apreciação.

Devo confessar que, às vezes, devolvem a provocação e “castigam” o autor, apenas afirmando: “- É mais do mesmo!”. Principalmente, quando aponto mazelas de nossa sociedade e desvios governamentais.

São tempos difíceis para quem pretende escrever e argumentar. Afinal, facilitados pela internet e redes sociais, os governos (e governantes) têm muitos colaboradores (remunerados ou não) para divulgar e promover aquilo que denominam de evidentes e incontestáveis progressos nacionais e recentes. Ainda que a realidade afirme diariamente o contrário.

Então, diante da amigável resposta “é mais do mesmo”, retruco e insisto: como posso não escrever sobre fatos evidentes e socialmente comprometedores? Só por que é “mais do mesmo”?

Política e eleitoralmente, compreendo o ufanismo e proselitismo das autoridades e seus fiéis seguidores, sejam do partido que forem, na esfera de poder que estejam. Afinal, cada qual sempre se acha melhor que o outro. “Nunca dantes”, diria o ex-presidente Lula (olha aí, pessoal, mais do mesmo).

Mas há uma realidade insuperável e incontestável (e nem vou falar de saúde e educação!): ultimamente, não há nenhuma tranquilidade e paz de espírito entre os brasileiros. A sensação e os fatos são todos públicos e notórios. Mas, os números nem sempre.

Informações e dados coletados em 2012 indicam que os homicídios cresceram 8% em relação a 2011. Em 2012, alcançamos a histórica marca de 50.108 mortes. Estamos entre os dez países mais violentos do mundo.

E tocante a roubos e furtos (crimes contra o patrimônio de pessoas, residências, empresas, bancos, etc...) as estatísticas são igualmente estratosféricas. Com um agravante: não representam, nem de longe, a realidade e a totalidade das ocorrências. E por quê? Porque as vítimas não fazem os devidos registros policiais. Não acreditam do sistema.

Simplesmente, estamos incapacitados e inaptos para esse enfrentamento e drama social. Seja pela defasagem da legislação penal, da insuficiência do aparato policial, ou do caótico ambiente carcerário. Mas, sobretudo pela falta de coragem política das autoridades constituídas.

Criminalidade, violência e desorganização social são as evidências. Cresce o sentimento de medo e insegurança. Reina a tensão. É muito mais do mesmo.

Provoco e pergunto, então, considerando os índices de criminalidade, de não solução dos problemas sociais, de exploração tributária governamental, etc....
- Se você pudesse, moraria em outro país?




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