19 março 2015

Duelo de Manifestações

Antes, porém, ainda sobre “a outra caixa-preta”: BNDES. Uma vez quebrado o inexplicável sigilo contratual, esses negócios internacionais (mais de três mil contratos) se constituirão no próximo mega-escândalo.

Trata-se de uma afronta à administração pública, que exige transparência e publicidade, alem de eficiência, legalidade, moralidade e impessoalidade.

Ao apoiar financeiramente o BNDES, o Tesouro Nacional emite títulos da dívida pública remunerados pela taxa básica de juros. Mas o BNDES quitará tais dívidas a juros bem inferiores. Ou seja, é um subsídio. E que aumenta o gasto público. Que “estoura” no bolso do contribuinte!

Entre os objetivos fundamentais e constitucionais brasileiros, há a previsão de “garantir o desenvolvimento nacional”.

Então, considerando nossa extrema carência de infraestrutura, não parece compreensível e adequado o subsídio às necessidades de tais
países, ainda que de boa vizinhança!

Sobre Sexta(13) e Domingo(15)

Sobre as entrevistas e declarações das autoridades (pós-manifestações), especialmente os ministros Rosseto e Cardozo: soberbos, arrogantes e patéticos. A cúpula do governo não entendeu nada e não aprendeu nada!

Sobre a presença de direitistas e inconsequentes militaristas: o fato de alguns ativistas portarem cartazes agressivos, pro-intervenção militar, etc e tal (uma tremenda bobagem!), não desqualifica a manifestação.

A tentativa de simpatizantes e governistas na rotulagem destas pessoas como representativas de algo nacionalmente expressivo é igualmente patética.

O lado ruim disso tudo: a sociedade está radicalmente e infelizmente dividida. O lado bom disso tudo: estamos discutindo política e futuro da nação, ainda que de modo obtuso.

O lado preocupante disso tudo: a situação econômico-financeira do país vai piorar, apesar das corretas medidas adotadas-embora insuficientes. Há escândalos na fila de espera e com senha na mão. A situação político-administrativa de Dilma também vai piorar. E a base política do governo no Congresso vai evaporar.

Permitam-me a irônica e divertida observação: enquanto a “elite branca e golpista” saiu no domingo, os sindicalistas (em defesa da Petrobras? Como assim?) e ativistas pró-governo saíram na sexta-feira, durante o horário de expediente.
Por si só, isso já explica metade da crise!



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