19 agosto 2015

Experimentalismos

Essa crise econômico-financeiro-político-institucional foi semeada paulatinamente à conta de populismo e incompetência técnica.
Embora possamos dividir a responsabilidade entre Lula e Dilma, a gestão anterior (2011-2014), especialmente, foi farta em temerárias decisões e “experimentalismos” econômicos.

Com vistas a sua reeleição, Dilma patrocinou uma série de intervenções em serviços públicos e empresas estatais, o que provocou estragos e desestabilizou a economia.

Entre tais ações podemos destacar a redução (forçada!) das taxas de juros. O que gerou descontrole e expansão insustentável do crédito, resultando em aumento do nível de inadimplência.

Já o represamento (artificial!) de preços de combustíveis, energia elétrica e transportes públicos - impedindo seu reajuste a pretexto de conter a inflação e favorecer a população - provocou grave distorção nos preços relativos da economia, além de gerar um ambiente desfavorável a novos investimentos e desacreditar as próprias políticas fiscais do governo.

No caso da Petrobrás o ato foi devastador, reduzindo faturamento e capacidade de investimento, além de aumentar seu endividamento. Hoje, a Petrobras deve mais de 400 bilhões!

Em todos os casos de intervenção e manipulação (de preços e políticas gerenciais) o ajuste que haverá de ser feito (e que já está parcialmente em curso) vai gerar um expressivo aumento inflacionário.

Previsível o desastre em andamento, já em 2013 e 2014 havia cálculos de consultorias especializadas (inclusive do Banco Central) que antecipavam o tamanho do rombo.

Mais: afirmavam que cada ponto percentual de represamento da inflação por manipulação de preços poderia vir a custar R$34 bilhões no momento do ajuste. Façam as contas.

Mas o núcleo do desastre foi a denominada “nova matriz econômica”. Que consistia no abandono temporário da meta de inflação – com redução do superávit primário - a pretexto de financiar e acelerar o crescimento do PIB. Fracasso.

Então, “contabilidade criativa e pedaladas fiscais”, entre outros artifícios, são os nomes que batizam a tentativa de dissimular e esconder os custos destes “experimentalismos”.

Houvesse menos arrogância dos governantes, ou, então, mais humildade, respeito e conhecimento técnico, teriam evitado a crise que estamos vivenciando. E que, aliás, está muito longe de terminar!

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