25 agosto 2015

Mais Experimentalismos

Quem pensa que nossa crise é pequena (e passageira) precisa revisar suas leituras e fontes de pesquisa. O estrago demandará vários anos de ajustes e recuperação. Isso na suposição de crescimento do produto interno bruto nacional (PIB). Improvável.

E, agora, para piorar, a China (que compra 20% de nossas exportações) tira o pé do acelerador e pisa fundo no freio. Uma nova crise mundial vem aí.

Se em 2009 a crise foi influenciada por razões externas, a atual, ao contrário, é fruto de uma visão e gestão equivocada. O elevado e crescente gasto público não guardou, nem guarda a necessária relação com o (modesto) desempenho do PIB.

Ou seja, fruto de populismo e assistencialismo - ainda que praticados a pretexto de fazer justiça social - apoiados em endividamento público, insustentabilidade econômica e irresponsabilidade fiscal. Só podia dar errado.

Agravantes: incentivo ao consumo e consequente endividamento popular; duvidosa política externa pré-definida por identidade ideológica; continuada exportação de produtos primários e de baixíssimo valor agregado.

Concomitantemente, nossa indústria cai a níveis alarmantes. Sua participação relativa no PIB está em 11%. Aprisionada por uma estrutura tributária e trabalhista incompatível com a realidade mundial, não há como promover produtividade e competividade.

O agravante maior é o tamanho (e o custo) do Estado brasileiro. E sua incompetência. Comparado com outros países, seu peso relativo (20% do PIB) é expressivo. Veja: México e Chile (12%), Estados Unidos (15%), Alemanha, Espanha e Portugal (19%). Mas não queria comparar a qualidade dos serviços públicos!

A fantasia intervencionista ainda haverá de revelar mais contas a pagar. Está em andamento a CPI dos Fundos de Pensão e do BNDES. Entre outros fundos existentes e deficitários, o Postalis (Correios), Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa) e Fapes (BNDES) somam um déficit de 18 bilhões.

O BNDES deve mais de 400 bilhões aos cofres do Tesouro. Parte deste dinheiro foi rifada em empréstimos nacionais e internacionais (e aporte e compra de ações) de qualidade e honestidade duvidosa.

No caso do superávit primário não concretizado há um déficit de 32 bilhões para um superávit estimado de 99 bilhões. Significa um rombo de 131 bilhões. O ajuste fiscal será gigantesco e doloroso.

Definitivamente, esta crise ensina que o povo brasileiro precisa dar um basta nos históricos níveis de intervenção estatal.









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