03 abril 2007

Pornografia Política e o Apagão da Vergonha

Tirem as crianças da sala. Desliguem a TV. O noticiário tem mostrado cenas e discursos pornográficos. Pornografia política.

O Presidente Lula continua inovando. Depois da esmola pública, também chamada de Bolsa-Família, agora criou o Bolsa-Oposição.

Trata-se da compra dos partidos de oposição sob o discurso de um governo de coalizão política. A mercadoria negociada são 36 ministérios e secretarias especiais.

De verdade, é a distribuição grosseira de cargos com o único fim de neutralizar as críticas ao marasmo governamental e anular as tentativas de esclarecimentos dos escândalos e da malversação do dinheiro público.

Aliás, é tanto escândalo que tem fila. Os escândalos têm que tirar senha para serem esclarecidos. Mas como agora não haverá mais CPI, nem investigação alguma, tudo ficará calmo. Como nos cemitérios.

Mas não foram só os partidos de oposição que se renderam. As principais categorias sindicais também. E os estudantes “caras pintadas” preferem correr atrás do Bush.

Sem gatos e com queijo à vontade, alguns ratos afugentados já ensaiam sua volta ao poder. Uns já voltaram à cena (do crime) através do voto.

E os que ainda não conseguiram voltar, agora viraram consultores. No caso, nome chique e moderno para “traficante de influência”.

Sumiram também os “revolucionários de ontem”. Queimaram seus discursos. Sepultaram a coerência. Aliás, os revolucionários também estão na fila. Na fila de milionárias indenizações por danos pessoais e profissionais sofridos durante a ditadura.

Resumindo, de novo os cidadãos e eleitores são desrespeitados. Há um descumprimento dos papéis institucionais reservados aos partidos. Isto é, uns de governar, e outros de fazer oposição e fiscalizar, principalmente.

Fica aquela sensação incômoda de quebra de confiança e delegação, confirmando a máxima popular de permanente desconfiança em relação aos políticos.

Claro que os defensores do governo dirão que se trata de formar uma maioria no Congresso, capaz e suficiente para promover um conjunto de reformas importantes para a nação. Compreensível e importante, é verdade!

Mas qual é o conjunto de reformas inadiáveis para a nação? Qual é a natureza das reformas e quem são seus possíveis perdedores (pagadores) ou vencedores (beneficiários)?

Este é o debate que deveria anteceder a formação das alianças partidárias. A definição do conjunto das reformas e o balanço de perdas e ganhos sociais, possibilitando uma visão de conjunto, suficiente para a compreensão e avaliação do povo, e, sobretudo, para a responsabilização partidária.

Está bem, vou parar de reclamar. Vamos às notícias boas. Vem aí uma nova atração. Uma televisão pública e estatal, que não vai “puxar o saco” do governo, e que custará apenas 250 milhões. Te cuida, Faustão. Vem aí o Domingão do Lulla.

A outra notícia boa é que o IBGE refez as contas sobre o PIB brasileiro. Mudou alguns critérios de cálculo e chegou à conclusão de que o Brasil cresceu. Mais do que no tempo do FHC. Agora, além do Haiti, passamos à frente do Paraguai e El Salvador.

Tchan, tchan, tchan! Notícia boa sempre me faz lembrar da música das vitórias do Airton Senna. Que saudades daquelas manhãs de domingo. Saudade de tanta coisa!

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