27 março 2007

Bakunin, Orwell e os Porcos

“Tão logo se tornem governantes ou representantes do povo(...) não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana." Bakunin

Mikhail Alexandrovich Bakunin (1814-1876) não era um adivinho, mas um estudioso das estruturas de poder e da natureza da condição humana; inspirado, possivelmente, nos exercícios e abusos de poder de Cromwell(Inglaterra) e da Revolução Francesa.

Bakunin é o principal pensador e propagador do Anarquismo. Uma teoria política que almeja criar uma sociedade que funciona sem hierarquias políticas, econômicas e/ou sociais. Os anarquistas defendem a ausência de governos, na suposição de que um sistema social só funciona com a maximização da liberdade individual e da igualdade social, metas auto relacionadas

Bakunin defendia que o esforço revolucionário deveria ser concentrado na destruição das "coisas" (leia-se Estado), e não das "pessoas". Afirmava que a centralização da autoridade e do Estado criavam um obstáculo ao desenvolvimento das pessoas e das nações.

Rompido com comunistas e socialistas, haja vista seu viés autoritário, Bakunin lidera a criação de grupos anarquistas em vários países do mundo, pregando o anti-autoritarismo, o mutualismo e o princípio descentralizador.

Uma de suas afirmativas: "Assim, (...)chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana."

E o que tem os porcos a ver com isto? É tempo de (re)ler a Revolução dos Bichos(1945), de George Orwell(1903-1950).

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