Uma característica comum aos inventos humanos é a hierarquia da técnica e da criação intelectual em superação e detrimento do esforço braçal.
Tocante aos processos e aos meios de produção, resulta que a maioria dos bens é planejada e construída de forma mais fácil e ágil. Assim, ocorrem ganhos de produtividade que possibilitam um aumento de produção a um custo menor por unidade.
Mas essa evolução produtiva determina uma transformação e adaptação nos destinos tradicionais do trabalhador. Por exemplo, a agricultura e a indústria já não são mais os grandes empregadores. Mais eficientes e tecnologicamente aparelhados, atualmente empregam menos!
Haja vista nosso histórico agrícola e as contradições sociais na ocupação do solo, resulta que um dos expoentes da política nacional é o MST – Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra.
Um parêntese aqui: este artigo não se destina a questionar as outras significações atribuídas (com razão!) ao MST, a exemplo de manipulador político-partidário, agente de desestabilização jurídico-institucional, e arrebanhador e enganador de (des) esperançados urbanos e rurais!
Basicamente, o MST defende uma reforma agrária nos moldes de pequenas propriedades. Uma idealização em torno da mobilização familiar e da agregação de valor à produção de hortifrutigranjeiros.
Porém, suas propostas de ocupação do solo não têm nenhuma condição de competição no atual mercado, dinâmico e de produção em larga escala, dominado por grandes corporações agrícolas, inclusive exportadoras.
Superada pelas circunstâncias históricas e tecnológicas, a proposta do MST não é um destino viável para as grandes massas de egressos do campo e da indústria.
Além de ser contrária às possibilidades comerciais e de enriquecimento pessoal, profissional, financeiro e material. Desejo de todo trabalhador!
Não nos resta outro caminho senão o investimento em educação e formação profissional de modo a preparar essas pessoas para o setor de prestação de serviços.
E a questão nem mais é ideológica. Simplesmente, é de lógica matemática e de mercado. Basta verificar e comparar: a média da participação da agricultura no produto interno bruto (PIB) dos 10 países mais ricos é de apenas 1,7%, enquanto dos 10 mais pobres é de 22,5%.
As estatísticas mundiais confirmam que quanto mais rico um país, mais concentrada está sua economia no setor de serviços; e menor a participação da agricultura e da indústria!
Entre os países mais ricos, o setor de serviços representa quase 80% da sua economia. Já entre os mais pobres, o setor de serviços responde por apenas 45% da economia.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a agricultura representa apenas 1% do PIB. A indústria 20%. Mas 79% da riqueza nacional vêm da área de serviços.
A opção do MST significa o caminho da roça! Em linguagem de futebol, “o caminho da roça” significa o ponto mais fraco e vulnerável de um time. Mais precisamente, o caminho do gol. Gol contra!!!
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