22 agosto 2008

Petrossauro

Há que se ter uma extrema paciência com o presidente Lula. À conta de suas limitações intelectuais (e nenhuma vontade de ler), fácil e necessário entender e perdoar suas periódicas falas. Aliás, muitas já incorporadas ao humor político!
Mas a mesma boa vontade não é possível estender aos ministros e assessores presidenciais que “enchem” seus ouvidos com idéias nada originais.
Assessorados tecnicamente pelos funcionários de carreira e pelos especialistas, deles se requer mais atenção e zelo. E menos “aventuras”!
Atenção e zelo que não tiveram, por exemplo, ao não responder a altura aos devaneios dos novos governantes da América Latina.
Hugo Chavez (Venezuela), Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia), e agora Fernando Lugo, do Paraguai, estão sucessivamente “peitando” nosso governo. E levando vantagens!
Alguns ministros e assessores presidenciais misturam e confundem os interesses nacionais (e comprometem patrimônio público) com seus sonhos juvenis, firmando alianças e realizando ações de governo em torno de idéias políticas e econômicas superadas.
Por que mencionei Lula e sua “língua solta”, e os ministros e assessores “entreguistas” e desatualizados? Porque, agora, haja vista as descobertas das reservas petrolíferas denominadas de Pré-Sal, surgem “novas e criativas idéias”. Impossível que tenham saído só da “cabeça” de Lula!
Primeiramente, cabe destacar, segundo o presidente Lula, que se trata de “uma benção de Deus! Um sinal divino de que não podemos ser irresponsáveis com essa nova riqueza”. Boa essa, né?
Bem, Lula e seus assessores já têm uma solução “responsável”. Vão criar uma nova estatal para cuidar do Pré-Sal. Lixem-se os contribuintes! Lixem-se os acionistas da Petrobrás!
Além de juros e impostos altíssimos, pagamos a gasolina mais cara do planeta - graças a essa empresa “orgulho nacional” chamada Petrobrás! Não basta?
Pagamos um preço imenso para manter estes feudos de privilégios. E de competitividade, produtos, preços e serviços discutíveis. Isto sem falar na notória e desavergonhada utilização e exploração político-partidária.
A sempre lembrada preservação de interesses estratégicos não depende de exploração estatal. São interesses que podem e devem ser operados em termos de mercado privado e competitivo, nacional e mundial.
Este assunto “estatização (versus privatização)” não deveria mais nem constar da pauta. É uma pauta dos anos 50. Superada pela decadência dos modelos, pela aceleração do sistema mundial de trocas, pela globalização econômica e financeira, e pela competitividade e abertura comercial.
Não bastasse nosso atraso no concerto mundial das principais nações do mundo, perdendo, sucessivamente, as grandes ondas de desenvolvimento, conclui-se que, a continuarmos neste impasse/passo e nestes níveis de idéias e debates, nossas dificuldades não diminuirão. Ao contrário, aumentarão!

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