17 outubro 2008

Centralismo tributário, municipalismo e demagogia eleitoral

O teor dos discursos de candidatos alinhados com o governo federal, e a omissão dos demais candidatos, fez renovar o pessimismo em torno da carente atualização, coerência e descentralização tributária nacional.
Passamos “uma vida inteira” defendendo a necessária descentralização tributária e o máximo de empoderamento dos municípios e estados. E o que vimos nos palanques eletrônicos?
Uma sucessão de loas ao governo central. Bordões sucessivos diziam da amizade dos candidatos com o presidente, da ligação partidária e da importância dessas relações para carrear recursos.
Inacreditável. Um retrocesso discursivo-ideológico de mais de 20 anos. Uma pobreza de responsabilidade e convicção sobre republicanismo que nos devolve “à idade média e à submissão real”.
Assentados sobre a alardeada - duvidosa e dita burra - unanimidade em torno da figura do “rei”, a busca insana pelo voto gerou as demagógicas falas de submissão tributária.
Atuais e futuras obras e feitos cantados em prosa e vídeo à conta da benemerência e generosidade do rei. Como se os recursos federais brotassem ao sabor da natureza e não fossem resultado da espoliação do próprio povo!
No recente processo eleitoral, esperava que houvesse uma sincronizada reação de todos os candidatos contra o excesso e a centralização tributária da corte de Brasília. Afinal, uma digna reação de quem se pretenda munícipe e líder popular!

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