17 outubro 2008

Economia em crise: uma ação de esquerda salva uma tese de direita

No decurso da história, inúmeras teorias econômicas de organização do estado foram desenvolvidas. Entre as mais proeminentes, socialismo e liberalismo, dois aspectos teóricos e fundadores se destacam e polarizam.
O socialismo prioriza a (maior ou menor) intervenção do Estado na economia e nas relações pessoais, enquanto que o liberalismo dá ênfase a liberdade de ação/opção das pessoas e das empresas.
Com a crise da utopia socialista, ascenderam os profetas da utopia liberal. Rezam que a solução de todas as contradições sobre desenvolvimento e distribuição de renda se operará através do mercado. Em síntese, liberdade econômica e financeira plena, redução de impostos, quedas de taxas alfandegárias e mundialização da economia!
Mas também a utopia liberal começa a revelar seus aspectos perversos. Hiper-concentração dos negócios em mãos de poucas empresas, extinção em massa de empregos e concentração de renda.
De modo que, em meio a atual crise financeira mundial, ressurge a pleno o debate em torno da capacidade regulatória e distributiva da famosa “mão invisível do mercado”.
Afinal, que modelo econômico liberal é esse que demanda uma impressionante intervenção estatal (e muito dinheiro público) para salvar a (própria) credibilidade e confiança?
Ironicamente, o exemplar socorro e intervenção de governos europeus e norte-americano é uma típica ação de esquerda salvando uma tese de direita!

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