25 setembro 2009

Invisibilidade Política

Quando trocou seu primeiro Secretário da Segurança Pública, a governadora Yeda pediu que o recém empossado se mantivesse “invisível”, haja vista os exageros midiáticos do ex-secretário Enio Bacci.
No caso em questão, parecia óbvio que eram os fatos e as atribuições da Secretaria da Segurança que determinavam sua visibilidade.
Mesmo porque o povo elegera a segurança pública como seu maior drama e expectativa de soluções governamentais.
Consequentemente, deveria se compreender porque seus responsáveis diretos seriam (como são e serão) objetos constantes da mídia.
À época, a troca suscitou perguntas: a “invisibilidade” pretendida deveria ocorrer relativamente aos níveis de visibilidade (ou falta de) da própria governadora?
Ou seria relativamente aos demais secretários, afinal, todos investidos e revestidos de iguais responsabilidades de gestão?
E quanto às demais secretarias, qual poderia se mostrar capaz de disputar os holofotes da imprensa? De modo que ainda cabe perguntar: o quê, realmente, determina o grau de visibilidade de uma autoridade pública? A personalidade da pessoa ou os fatos que lhe dizem respeito?
Ou, ainda, as circunstâncias eventuais, positivas e negativas, que caracterizam a inconstância da prestação de nosso serviço público?
Antes de demitir mais algum assessor (já foram mais de vinte), a governadora precisa compreender que são as particularidades das crises setoriais e as expectativas populares que determinam a intensidade dos holofotes.
Mas, e os holofotes na Governadora como ficaram? Infelizmente, examinados o desempenho e as responsabilidades, poucas notícias positivas restaram.
Notadamente relacionada às finanças e a incapacidade estatal de dar conta das demandas públicas, atuais, reprimidas e supervenientes, a crise (estrutural) perpassa a capacidade gerencial da governadora. Terreno árido e sem luzes!
E agora, nos últimos meses, para piorar a situação, o advento e a permanência da tragédia política e moral chamada Escândalo do DETRAN.
Ironicamente, os microfones e holofotes da imprensa estão fartamente a disposição. Para a desgraça dessa administração e, por conseqüência, para o esvanecimento das últimas esperanças e utopias gauchas.
Normalmente, o desejo de visibilidade tem na vaidade sua origem, uma fraqueza humana relacionada aos sete pecados capitais. Ainda que na política um pecado aceitável, eis que inerente ao meio e à “sobrevivência” do sujeito e do seu governo.
Daí que a sucessão de escândalos em todas as esferas da representação e administração pública tem gerado um fato surpreendente. O desejo e a busca da invisibilidade total ou parcial, relativa ou absoluta.
Assim, deduzo, consequentemente, que a graduação da invisibilidade está diretamente relacionada a proporcionalidade do delito comportamental a ser escondido ou negado!

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