06 setembro 2009

Um Novo 7 de Setembro (a demagogia do pré-sal)

Não se fala de outra coisa. Ou melhor, o governo não quer falar de outras coisas. É pré-sal no café da manha, no almoço, no lanche e na janta. Para o meu gosto é pouca comida e tempero demais!
Se houver - tomara que haja, o petróleo só vai jorrar a partir de 2016 ou 2020. Há imensos desafios tecnológicos para viabilizar a exploração bem sucedida dos novos campos em águas marítimas profundas.
Mas nos jornais, nos rádios e na televisão já escorre em abundância em forma de farta publicidade, propaganda e promessas miraculosas sobre um novo Brasil de gente com casa, comida, saúde e educação.
De olho nas eleições do ano que vem, o governo cacareja “queimando” milhões em dinheiro público para regar o ufanismo do presidente Lula. Mas a galinha ainda não botou o ovo!
É um raciocínio simplório afirmar que essa riqueza subterrânea significará a redenção nacional e a superação de todas as nossas misérias. É brincar com as esperanças sérias do povo!
Mundo afora, há dezenas de países com imensas riquezas e recursos naturais e nem por isso foram capazes de transformar seus dividendos em benefícios ao seu povo. Basta olhar a situação social dos países produtores de petróleo.
O próprio Brasil não foi capaz de diminuir as diferenças entre os ricos e os pobres, apesar de possuir os maiores estoques mundiais de minério de ferro e prata. Isso sem falar nos ciclos virtuosos da borracha, da cana-de-açúcar, do café e de outras riquezas,
E de todo modo, já estamos começando errado. Os (pseudo) nacionalistas já estão em campanha para a criação de uma nova estatal. Mais um gigante perdulário para saquear o dinheiro público. Já não basta a Petrobrás e sua (nossa!) gasolina mais cara do planeta?
O presidente vai remeter, ou já remeteu, uma série de propostas de leis para garantir as reservas e sua exploração para a Petrobras, em detrimento das concorrentes estrangeiras.
Isso significa que a Petrobrás necessitará de muito dinheiro para as pesquisas, equipamentos e exploração do pré-sal. E com que dinheiro? Você já sabe com que dinheiro. Está embutido na sua gasolina, no óleo diesel e no gás de cozinha!
Não seria mais simples abrir tudo para exploração de empresas nacionais e estrangeiras, e que assumissem riscos e gastos mediante uma parcela remunerativa?
Vamos sofrer uma recaída nacionalista, de viés demagógico e irresponsável do ponto de vista fiscal e orçamentário. Quem viver, verá!
Domingo à noite, o presidente Lula declarará um novo dia da independência. E assim, de olho na eleição presidencial do ano que vem, o debate já estará posto. A lengalenga entre privatização e estatização. De volta ao passado!

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