14 maio 2011

O Escorpião

A arrogância e soberba norte-americana são típicas de nações que em determinado momento histórico sobrepõem-se às demais pela força de sua economia ou de suas armas, “perpetuando” seu poder e sua influência até limites insuportáveis.
É o imperialismo. É o estabelecimento da soberania política de uma nação sobre povos e territórios estrangeiros.
Uma influência dominadora, preponderância, domínio político de expansão e domínio territorial e/ou econômico de uma nação sobre as outras, ensina o dicionário Aurélio.
Alguns pensadores julgam superado o debate em torno do imperialismo e sua significação dado o atual caráter da globalização e seus efeitos gerais e colaterais.
Porém, comparativamente aos exemplos do passado e haja vista a sofisticação tecnológica e a natureza global das atuais relações sócio-econômicas, nada se compara, em todos os tempos, ao atual estágio do poder norte-americano. Para o bem e para o mal.
Há uma vasta relação de ações norte-americanas contrárias aos interesses das demais nações relacionadas a tratados, acordos, convenções e pactos de interesse mundial. Alguns de natureza antibélica.
Não é a toa que abandonaram o tratado que previa o controle desarmamentista. Assim como não abriram as suas instalações de fabricação de armas químicas e biológicas.
Lembram a impaciência norte-americana com os representantes da ONU encarregados de fiscalizar o armamento iraquiano, o que resultou novamente em desrespeito às convenções internacionais?
Ou dos argumentos fraudados (por Bush) para garantir a aprovação legislativa e justificativa popular para atacar o Iraque e o Afeganistão?
Entre as várias cenas do filme “Tiros em Columbine”, do cineasta norte-americano Michael Moore, chamam atenção as imagens de várias invasões de territórios estrangeiros pelos norte-americanos nos últimos cem anos.
Aliás, no mesmo filme também há o registro das imagens de Saddan Hussein, Bin Laden e Noriega, à época “amigos” e armados pelo americanos. Depois descartáveis!
Atualmente, todos esses discursos e essas ações seriam a pretexto de tornar o mundo melhor, mais pacífico e mais democrático. Será?
Nestas horas, é bom lembrar-se dos poetas. George Bernard Shaw (1856-1950), Prêmio Nobel de Literatura (1925), disse: “toda esta luta e porfia para tornar o mundo melhor constitui um grande engano, não porque não seja uma boa coisa melhorar o mundo, se soubermos como fazê-lo, mas porque porfiar e lutar é a pior maneira que poderíamos escolher para fazer alguma coisa.” (1886).
E no fim de tudo, o que explica o imperialismo é uma pequena história, qual seja: Para atravessar o lago, o Escorpião pediu carona para o Sapo. O Sapo, desconfiado, perguntou se não seria picado. O Escorpião respondeu que não, que não era louco, pois isto representaria a própria morte. O Sapo acreditou no argumento do Escorpião. E deu a carona. No meio do imenso lago, o Escorpião picou o Sapo. O Sapo, surpreso, volta-se e diz para o Escorpião:
- Mas você prometeu que não me picaria, pois isto significa também a sua própria morte.”
- Desculpa, é da minha natureza!, disse o escorpião.

Nenhum comentário: