02 maio 2011

O Caso dos Treze Tênis

Jocosa e ironicamente, muito repercutiu na imprensa, principalmente na internet, o pedido de abertura de licitação no estado para a compra de treze pênis de borracha. Sim, eu disse pênis de borracha!
O pedido encaminhado à Central de Compras do Estado do Rio Grande do Sul partiu da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo, também denominada FASE, outrora conhecida como FEBEM. O azarado número e a quantidade de pênis correspondem ao número de unidades de atendimento da FASE.
A entidade tem como “clientela” menores infratores de todas as idades e responsáveis por crimes variados, de menor ou maior intensidade e dolo, a exemplo de agressões, assaltos, mortes, tráfico e consumo de drogas.
A informação sobre a referida compra estatal foi originariamente veiculada pelo colunista Wanderley Soares e publicada na edição do dia 12 de abril no jornal O Sul (Porto Alegre).
Ato contínuo, a notícia se espalhou nos meios de comunicação e foi objeto de inúmeras ironias, piadas e trocadilhos. Sem prejuízo também de sérios e honestos questionamentos.
Acossada, a entidade oficial esclareceu que a compra dos pênis se destina a auxiliar os profissionais de saúde nas consultas e nas aulas de educação sexual.
Principalmente, aulas e atividades de grupos voltadas à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, métodos contraceptivos, ações de higiene, autocuidado, paternidade consciente e gravidez na adolescência. Aulas de ressocialização, mais precisamente!
Consta que a aquisição foi realizada e concretizada ao custo total de R$ 626,00, com dispensa de licitação. O modelo comprado teria 15 cm e pesaria 185 gramas.
Obviamente, ocorreram diversos questionamentos, tanto do jornalista em questão quanto daqueles que “correram” na internet e nos jornais. Questionamentos cômicos, irônicos ou sérios, mas não menos verdadeiros!
Alguns. O modelo pedagógico de educação sexual e a respectiva compra do objeto podem se estender ampliadamente às escolas de ensino fundamental e médio, o que demandaria um orçamento mais expressivo para as próximas compras.
Ou então, admitida sua utilidade (a do pênis) na educação sexual, não seria o caso de comprar, e na mesma proporção, as vaginas de borracha correspondentes, dentro de uma perspectiva de “sexo normal e tradicional”, ainda que possa parecer politicamente incorreto.
E do ponto de vista administrativo, da responsabilidade pública e da guarda de bens do Estado, o eventual desaparecimento de um pênis demandará, com certeza, a abertura de uma sindicância.
Afinal, nunca se sabe!

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