17 agosto 2011

Corrupção: qual a surpresa?

Impressiona que quase todos, principalmente imprensa, partidos (partidos? onde?) e políticos, tangenciam a questão central relacionada ao surto de corrupção que corre e ocorre em todos os níveis do estado brasileiro.
Basicamente, na proporção de sua incidência e não repressão objetiva e saneadora, a corrupção é um retrato da desorganização social e penal da sociedade.
Se estivermos de acordo que há elementos não mensuráveis que dizem respeito à conduta de representados e representantes, e cuja solução se supõe passe pela elevação dos níveis de educação e incremento do aparato repressivo, o que nos resta como alternativa de ação e reação?
O núcleo central de nossa indignação e combate deveria ser a diminuição do tamanho funcional, burocrático e arrecadatório do Estado. Esse é o verdadeiro fator de atração ao delito, de estímulo à corrupção endêmica!
Por demais conhecido, é desnecessário relembrar o número de impostos, taxas e contribuições que enfernizam e empobrecem o cidadão. Apropriação e extorsão responsáveis pelos sucessivos recordes de arrecadação tributária que alimentam o “monstro” estatal.
União e os estados federados (federação? onde?), uns mais outros menos, são estruturas arcaicas e hiperdimensionadas física e burocraticamente.
O governo federal, o melhor exemplo do absurdo, tem 39 ministérios (ou com status de ministério) e outro tanto em estatais e secretarias especiais (alguém sabe?).
É humanamente impossível gerenciar um “monstro” desse tamanho. Menos pelo tamanho, mais pela natureza do “monstro”.
Afinal, não há exemplos de desenvolvimento social e econômico de uma nação “estatizada” (Por favor, não venha me falar da China. Mais respeito com a informação e a inteligência alheia, e com a condição humana!).
Mas não é somente o Poder Executivo Federal. Tem exemplos ousados e debochados na área da representação parlamentar, de sul a norte do país.
Fiquemos nos dois mais deseducativos, extremados e gigantes perdulários. O Senado Federal tem 9.000 funcionários. Três mil efetivos, três mil comissionados e três mil terceirizados. A Câmara dos Deputados tem 16 mil servidores, sem contar os terceirizados. Há quem fale num total de 25 mil pessoas.
Uma nação - seu povo, seus partidos, seus políticos e governantes - que tolera isso, a dimensão dessa tragédia, desse abuso, não é responsável, nem representa qualquer expectativa séria e otimista tocante ao seu futuro. Verdade simples, nua e crua.
Desorganização, desmandos, desídia e ineficácia são retratos do tamanho do estado brasileiro. Quanto mais aparato público, mais dinheiro, quanto mais dinheiro mais aparato, um círculo vicioso sem fim.
E quanto mais aparato e dinheiro, mais corrupção, a doença mais grave e mera conseqüência!


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