24 agosto 2011

Pau de Galinheiro

A “faxina” de dona Dilma não está agradando apenas aos fabricantes de material de limpeza e seus marqueteiros. Sobretudo, agrada aos políticos de oposição.
Simplesmente porque confirmaria seu discurso, qual seja: de que o atual e o governo anterior – os oito anos de Lula – estariam impregnados de atos de corrupção.
Não é a toa que os ministros e parlamentares do PT estão à beira de um ataque de nervos. Temem que a sucessão de escândalos e as demissões possam atingir a imagem de Lula.
Temem que as gestões lulo-petistas possam ser classificadas como corruptas e omissas. É como se as recentes decisões presidenciais de “mandar passear os suspeitos” possam significar um carimbo negativo, uma herança maldita. Afinal, Dilma herdou ministros e assessores do ex-presidente Lula. E contas a pagar. Muitas contas a pagar.
Temem também pelo tamanho do desgaste e prejuízo causados pela série de frentes de batalha abertas pelo estilo feroz da presidenta (sic), a exemplo de brigas com partidos e sindicatos aliados.
Notoriamente, a diferença é que Lula sempre afagou companheiros e aliados e fez de conta que não sabia de nada. Várias vezes repetiu que nada sabia sobre o mensalão, sobre os aloprados, sobre jucás, sarneys, renans e demais escândalos. Dilma, ao contrário, não tem o mesmo estilo e a mesma cara-dura.
É verdade, temem menos por Lula e mais pelo próprio futuro eleitoral. Mas todos podem dormir em paz, não precisam aguardar maiores conseqüências, nem danos eleitorais na boca da urna.
No fim de tudo, entre demissões, chiliques e irritações presidenciais, tudo se resumirá – dirão os oportunistas - ao descontrole e inexperiência política de Dilma. E, lógico, aos exageros da imprensa.
Afinal, informação, ciência, conhecimento e verdade nunca foram capazes de abalar os alicerces construídos sobre mitos populistas, messiânicos e religiosos.
Mas, irônica e temporariamente permanecerá o dilema de parlamentares e petistas em geral: ao defenderem Lula e seu governo (suas contas e seus ministros) estarão atingindo e menosprezando as ações e a credibilidade de Dilma.
Porém, se apoiarem e defenderem as ações de Dilma estarão impregnando negativamente o governo Lula.
Mas eu disse “temporariamente”, pois logo, logo, Dilma aprenderá a conviver com este “ambiente de excelências”, começando por parar com sua faxina espasmódica e reativa.
Em política nem tudo é possível, ainda que a razão e a oportunidade assim possam sugerir. Quanto mais punir companheiros e aliados. Não importa se sujos como pau de galinheiro!




Nenhum comentário: