04 agosto 2011

O dólar furado

Historicamente, os impérios sempre tiveram altos custos para financiar e pagar por suas guerras e atos de conquista e manutenção de suas colônias.
Não foi diferente com os impérios espanhol, frances, holandês e britânico, especialmente. Todos pagaram um elevado preço social, econômico e político. Não é a toa que ruíram.
Sabemos, os Estados Unidos sofrem e padecem do mesmo mal, a mesma “doença”, o desejo e o custo do poder. Conquistas, dominação, guerras e crises econômicas estão e sempre estiveram relacionados.
Periodicamente, a imprensa norte-americana denuncia o custo financeiro das guerras e os beneficiários dessa relação, os chamados “senhores da guerra”.
Um exemplo são as centenas de micro-bases que os EUA tem no Afeganistão e que custam bilhões de dólares apenas em movimentação e suprimento de comida e provisões.
Isso sem contar o serviço de escolta, haja vista que há muitos ataques durante a movimentação das caravanas. São igualmente centenas de empresas privadas de segurança e que empregam mais de 70 mil pessoas armadas.
De acordo com o Instituto Internacional de Estudos para a Paz (Estocolmo), os gastos militares mundiais atingem o fantástico valor de 1, 531 trilhões de dólares anuais (mais de 4,194 bilhões por dia).
E o campeão de gastos são os Estados Unidos. Gastam 661 bilhões. Quase a metade do resto do mundo!
O professor Jules Dufour (professor emérito da Universidade de Quebec-Canadá) disse no “The Worldwide Network of US Military Bases - Investigación Global” que “os militares norte americanos têm bases em 63 países. E novas bases foram construídas a partir do 11 de setembro de 2001 em sete países. No total, existem 255.065 militares dos EUA distribuídos por todo o mundo”.
Bem, o resultado está aí. Déficit gigantesco e desespero geral na economia norte-americana. E o presidente Barack Obama arrancando seus ralos cabelos cada vez mais brancos de stress e preocupações.
Se o custo bélico não é totalmente responsável pelo péssimo estado geral das contas norte-americanas, deve ser ao menos o principal vilão.
Previsivelmente, já há quem diga que um terço das bases militares dos EUA mundo afora deverão ser fechadas. Ver para crer.
Enquanto isso não se confirmar, o custo imediato será no dia-a-dia do próprio povo americano. A receita clássica indica cortes na seguridade social, nos subsídios em geral, aumento na idade mínima para aposentadorias e postergação e “congelamento” de vários projetos públicos. E, lógico, aumento de impostos!
Resumindo, de novo a história ensina: desde os tempos remotos, diante de crises de caixa os deficitários impérios reduziam a quantidade de ouro na cunhagem das moedas. Modernamente, emitem mais papel.

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