21 novembro 2012

Proteção Demais Enfraquece

As razões mais expressivas para a degradação da educação nacional estão dentro de nossas casas e nas nossas famílias, seja tocante aos níveis de escolaridade e qualidade humana, mas principalmente em relação ao comportamento pessoal. Sem dúvida, vivemos uma grave crise de autoridade e liderança familiar. Tolerância em demasia e omissão no acompanhamento dos estudos e práticas comportamentais dos filhos. Afinal, não é a toa que assistimos diariamente tantos casos de atos de violência, covardia, abusos, omissões e indisciplina, patrocinados por jovens, sejam homens ou mulheres. Conseqüentemente, caímos na inevitável tentação de comparar gerações. Muitas vezes proferidas por nossos pais, as frases abaixo destacadas são exageradas, é verdade, e, aos dias de hoje, completa e politicamente incorretas. Mas sua “didática”, de então, parece ter gerado melhores resultados que as modernas receitas pedagógicas. Gestos e atos paternos e maternos que, atualmente, são condenados pelos especialistas em educação, pedagogia e psicologia. Frases e ameaças simbólicas (ou não) que resultaram em ensinamentos que valorizam alguns aspectos da vida. Ironicamente, hoje tais frases do passado parecem soar como expressões cômicas (mas não menos verdadeiros). Vejamos: Sobre hierarquia, determinação e estudos: "Porque se eu digo que é assim, ponto final! Quem é que manda aqui?” Ou: "Vai ficar aí sentado até comer toda comida!” Ou: "Junta agora esses brinquedos. Pega um por um!” Ou: "Se eu for aí e você não tiver terminado essa lição escolar, você já sabe!” Sobre desafios e raízes familiares: "Olhe para mim. Responda quando eu te fizer uma pergunta!" Ou: "Computador novo? Está pensando que nasceu de família rica, é?”. Sobre sabedoria e justiça: "Quando você tiver a minha idade, você vai entender.” Ou: "Um dia você terá seus filhos, e eu espero que eles façam pra você o mesmo que você faz pra mim. Aí, você vai ver o que é bom!”. Outro assunto. Ou será o mesmo? Estamos de acordo que lugar de crianças e adolescentes é na escola. Mas durante algumas horas do dia, em casa e fora do horário de estudos, crianças de 12 a 18 anos também podem trabalhar e ajudar os pais. Alguém tem dúvida que o trabalho, noções de dever, compromisso e responsabilidade, são ótimos “professores e educadores”? Mas, ultimamente, governantes, leis, promotores e juízes acham que não. Infelizmente, esquecem uma óbvia lição histórica e milenar: proteção demais enfraquece!

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