07 dezembro 2009

O Flautista de Hamelin

Se você nunca ouviu falar dos irmãos Grimm, com certeza já ouviu falar, ou leu, ou assistiu filmes relacionados à Branca de Neve, João e Maria, Cinderela e Rapunzel, por exemplo.
Entre diversas outras, os irmãos Grimm são os criadores dessas obras. Algumas têm diferentes versões e adaptações (e autores), dependendo dos países.
Jacob e Wilhelm Grimm são dois alemães nascidos em 1785 e 1786. Mas não se limitaram aos contos e fábulas. Estudiosos de lingüística e folclore, deram grande contribuição à cultura alemã.
Outra famosa estória dos irmãos Grimm é o Flautista de Hamelin. Resumindo, é o seguinte:
Há muito, muitíssimo tempo, na próspera cidade de Hamelin, numa manhã, os habitantes encontraram suas casas e ruas invadidas por milhares de ratos que iam devorando, insaciáveis, os grãos dos celeiros e a comida de suas despensas.
Ninguém sabia o que fazer para acabar com a praga. Por mais que tentassem exterminá-los, ou ao menos afugentá-los, parecia, ao contrário, que mais e mais ratos apareciam.
Ante a gravidade da situação e vendo perigar suas riquezas pela voracidade dos ratos, os moradores anunciaram: “- Daremos cem moedas de ouro a quem nos livrar dos ratos.”
Pouco depois se apresentou um flautista que lhes disse: “- A recompensa será minha. Amanhã não haverá um só rato em Hamelin!”
Dito isso, começou a andar pelas ruas e, enquanto passeava, tocava com sua flauta uma melodia maravilhosa, que encantava aos ratos, que iam saindo de seus esconderijos e seguiam hipnotizados os passos do flautista que tocava incessantemente.
E assim, caminhando e tocando, levou-os a um lugar muito distante da cidade. Por aquele lugar passava um caudaloso rio, onde, ao tentar cruzar para seguir o flautista, todos os ratos morreram afogados.
Os hamelineses respiraram aliviados e felizes. E voltaram aos seus prósperos negócios. O flautista se apresentou e reclamou o pagamento prometido como recompensa.
Porém, livres do problema e cegos por avareza, os moradores negaram o pagamento. “- Não pagaremos tanto ouro por tão pouca coisa como tocar uma flauta!", disseram
Furioso e vingativo, o flautista, da mesma forma que fizera no dia anterior, tocou uma doce melodia. Porém, esta vez eram as crianças da cidade que o seguiam.
Surdos aos pedidos e gritos de seus pais, foram embora, tão longe, tão longe, que ninguém poderia supor onde. E as crianças nunca mais voltaram!”
Enquanto isso, no nosso querido Brasil, de renovadas e inesgotáveis notícias e fatos sobre “ratos” que infestam e assaltam os poderes de estado, os dinheiros e cofres públicos, haverá algum flautista capaz do mesmo serviço? Qual o “preço” a ser pago para nos livrarmos dos ratos?
Ou, finalmente, haveremos nós de empunharmos nossas “flautas” (voto, desobediência civil, protesto) e assumir uma atitude objetiva e acabar com a praga?
Paradoxal e ironicamente, haja vista nossa inibição, silêncio e não ação, tem resultado que desaparecem “as crianças” (esperança e otimismo), e ficam os ratos!!!

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