31 outubro 2012

Estados Unidos do Mundo

O “mundo” acompanha o processo eleitoral dos Estados Unidos da América, mais precisamente a disputa entre o atual presidente e democrata Barack Obama e o republicano Mitt Romney. E por quê? Porque os EUA estão presentes em todos os cantos do universo, para o bem e o mal. Desde a tragédia das torres gêmeas nova-iorquinas alimentou-se a esperança e a utopia de que norte-americanos melhor compreendessem seus exageros intervencionistas/imperialistas e agissem em sua contenção e moderação. Mera ilusão! Os EUA constituem-se no grande império econômico-bélico, sem precedentes na história do mundo, e não haverá de sensibilizar-se com crises de identidade de outros povos, notadamente àqueles subordinados e dependentes. Isto significa que se dispõem a pagar o preço e o custo da hegemonia, inclusive com vidas humanas, próprias ou de outras nações. Então, dada sua “vocação” imperialista, não se limitarão às suas expostas razões de combate ao terror, mas promoverão e garantirão sempre a (re)definição dos papéis globais, dos territórios de dominação e da qualidade e natureza intervencionista. O pós-guerra fria determinou aos demais países a inevitável (e seja o que Deus quiser!) convivência com uma superpotência remanescente. Irônica e cinicamente, os EUA realizam um discurso pretensamente pacifista e universalista - e utopicamente distribuidor de progresso e renda - concomitantemente com as diárias práticas intervencionistas de natureza econômica e militar, em tutela política de países e regiões periféricas, a exemplo do Oriente Médio. O moderno imperialismo também se impõe pela produção e distribuição dos produtos de comunicação de massa, suficientes para o estabelecimento e predomínio cultural de um meio ou modo de vida, no caso estrangeiro, resultando na perda da auto-estima dos nativos e na desfiguração da identidade nacional, entre outros pontos relevantes. Com o desenvolvimento e alcance da parafernália eletrônica midiática e a abertura plena dos mercados econômicos, tais diferenças entre os povos tornaram-se flagrantes e de conseqüências imprevisíveis. Esta experiência contraditória, o interregno entre a decadência – ou seria subjugação? - dos valores sociais e culturais de uma nação e a assimilação/sobreposição de modelos e valores estrangeiros, é comum na história da humanidade, mas revela-se particular e excepcionalmente dramática, nos dias de hoje, dada a frequência e instantaneidade das comunicações e ocorrências. Objetiva e consequentemente, o que sucede, a qualquer tempo e época, é que toda nação com pretensões imperialistas se sujeita a antipatia dos “conquistados e dominados”.

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