12 março 2007

Eu Quero um Dia do Homem

Mas agora eu quero um Dia do Homem para que possamos, também, nos libertar de tantas “pragas” e condicionamentos.

Quinta-feira é o dia internacional da mulher. Data símbolo de inúmeros direitos e conquistas femininas. Uma breve viagem no tempo é suficiente para mostrar os notáveis progressos que elas fizeram, notadamente aqueles de natureza econômica e social, capazes de determinar e ampliar sua auto-suficiência.

Reduzidas as desigualdades econômicas e educacionais entre homens e mulheres, permanecem, no entanto, as “atribuições masculinas”, que também podem ser transformadas.

Não me refiro à diferença natural, genética e biológica, mas à conta do que recai sobre os homens, adicionalmente, sobre consciência e ombros, tamanhas as históricas diferenças culturais e comportamentais.

Também sofremos a tirania dos costumes. Queremos, pois, nos livrar de algumas obrigações; não propriamente das obrigações, mas de seu peso, de sua significação.

Ainda não superamos a “obrigação” juvenil e competitiva que exige provas diárias de nossa capacidade de sedução, de conquista da fêmea. Obrigação diretamente ligada aos nossos níveis de auto-estima estética, psicológica e biológica. Isto sem falar em (falta de) dinheiro.

Alguém faz idéia do peso das obrigações íntimas, de corresponder, por exemplo, às ditas fantasias femininas? Não importa se estamos falando de coisas reais ou irreais. Elas também “existem” nas fantasias e discursos masculinos, agindo sobre nosso corpo, condicionando ações e reações.

Ainda somos “cornos” se nossas parceiras nos deixam, optando por outro companheiro, não importam as razões. Afinal, este rótulo latino-americano trata de uma perda amorosa, ou, objetivamente, de uma perda de posse e poder, logo, de desvalorização e queda hierárquica no mundo dos machos?

Bem, é verdade que já lavamos roupas, trocamos fraldas, cuidamos dos filhos... Mas ainda sofremos o estigma do homem-provedor, a obrigação de dar certo, a tarefa de “levar dinheiro para casa”.

Conhecem a sensação que se apodera de um homem que convive com uma mulher que ”ganha mais do que ele?” Se o homem não tiver coragem de confessar, pergunte a uma mulher!.

De outra parte, imagine, na cabeça e corpo deste mesmo homem, “deste mundo”, a significação devastadora do desemprego.

Bem, fico feliz pelas mulheres e suas conquistas. Mas agora eu quero um Dia do Homem, para que possamos, também, nos libertar de tantas “pragas” e condicionamentos e, principalmente, saber conviver com esta nova mulher e as novas formas de sentir e compreender “as coisas”.

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