12 março 2007

Miojo e Filosofia

Recentemente, morreu o criador das massas tipo miojo, o japonês e fundador do grupo Nissin, Momofuku Ando. Segundo pesquisa de opinião, trata-se de uma das grandes invenções dos últimos 100 anos.

Sim, isto mesmo. Estou falando daquela massinha básica que você faz em casa quando a mulher não está, ou quando os pais não estão, incrementada com aquele guizadinho e o molho de anteontem. Sucesso de culinária entre os cada vez mais freqüentes moradores solitários, marca de nossa época de filhos independentes, mulheres e homens solteirões, separados e viúvos longevos.

Mas as massas rápidas têm uma significação mais ampla, mais marcante. Simbolizam, sobretudo, a celeridade absoluta de nossa época, a pressa e impaciência que nos comandam, de vídeos e fotos instantâneas, de amizades virtuais e orkutianas, de namoros e casamentos de três minutos.

Impaciência e pressa que reinam até mesma à mesa de refeições. Foram-se os tempos de famílias reunidas para preparar e degustar a refeição coletivamente, a celebração da amizade e da vida, entre sorrisos, histórias e reminiscências familiares.

Reuniões à mesa do jantar, também, por que não dizer, já que a mensagem e as palavras nem sempre são doces, para “a lavação de roupa suja”. Talvez não queiramos assumir, mas parece que as massas rápidas ajudaram, além de “acelerar” o tempo, a (não) resolver nossas diferenças pela não reunião.

Nada contra “seu” Momofuku Ando e sua criação, mas nossa próxima janta bem que poderia ser à base de muitas colheres de conversação, pitadas de sorriso e alegria, e com muito tempero de vida!

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