07 novembro 2006

Porque Rigotto perdeu

Necessário dizer, de antemão, que, invariavelmente, depois que os votos foram contados surgem e cabem todas as explicações possíveis para demonstrar e comprovar determinados resultados, eventualmente surpreendentes.
Especificamente, a surpresa(será que foi surpresa?) eleitoral foi a não passagem do Governador Germano Rigotto para o segundo turno das eleições para governador, apesar de todas as pesquisas que indicavam exatamente o contrário, isto é, que seria o primeiro dos dois habilitados.
Então, o que teria acontecido? Surgem hipóteses criativas, a exemplo daquela que cogita que eleitores de Rigotto teriam optado por Yeda para afastar Olívio, de modo a viabilizar um confronto entre Rigotto e Yeda, e o conseqüente apoio dos petistas à Rigotto. Não acredito.
Particularmente, eu prefiro acreditar que Rigotto foi castigado por sua omissão na opção presidencial. Rigotto preferiu ficar em cima do muro entre Lula e Alckmin, possivelmente convencido de que seria o governador reeleito e precisaria do eventual Presidente da República para encaminhar soluções para a grave crise gaúcha. A gauchada não costuma apoiar o “murismo”!
Rigotto não percebeu que esta eleição transfomara-se num debate ético, a rigor, um julgamento dos escândalos de Brasília. Mesmo não optando por ou outro presidenciável, o mais grave foi silenciar sobre os escândalos.
Rigotto ignorou o crescimento de Alckmin. Yeda não ignorou e atrelou sua imagem à de Alckmin. A associação entre as candidaturas de governador e presidente pode ser a explicação para a ascensão de Yeda. Nas últimas semanas de horário eleitoral gratuito, Yeda associou fortemente sua imagem a de Alckmin, ambos em crescimento, pequeno, suave, mas em crescimento constante nas pesquisas.
Claro que estes votos de Yeda não saíram só de Rigotto. Saíram, também, e muito, de Turra e Collares, ambos com desempenho muito aquém de seus currículos e partidos.
Finalmente, devemos admitir que, gostando ou não de Yeda, ela representa o novo nesta eleição. Sim, porque Collares, Olívio e Rigotto, ex-governadores, já tiveram sua oportunidade. E o partido de Turra já teve vários governadores. Além disto, Yeda distinguiu-se por um discurso mais objetivo que os demais. Mais consistente e menos adjetivado.
Ah, e nem falei na questão feminina. Nunca tivemos uma governadora!

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