30 novembro 2006

Bolsa-Oposição

O Presidente Lula continua inovando. O auto-declarado maior governo da história do Brasil, que aperfeiçoou e legitimou a esmola pública, auto-denominado maior programa mundial de distribuição de renda (o que é a falta de vergonha e auto-crítica!), agora cria o Bolsa-Oposição, projeto de cooptação dos partidos de oposição (que oposição? faz-me rir!), sob a retórica de um governo de coalizão política.
O ineditismo lulista é que não há um mísero projeto nacional que justifique tal iniciativa. Ademais, é público e notório que trata-se de distribuição grosseira de ministérios e cargos públicos com o único fim de neutralizar as críticas ao marasmo governamental e anular quaisquer tentativas de continuidade nos esclarecimentos dos escândalos e na malservação do dinheiro público. E no esclarecimento dos escândalos que ainda estão na fila(ongs, fundos de pensão, a empresa do lulinha, etc).
Por mais que os amigos do rei argumentem em contrário (mais pelo fato de serem amigos do rei do que pelos fatos), a economia real não aponta para o crescimento ou possibilidade de crescimento. Para a criação de novos postos de trabalho e, muito menos, para o aumento da massa salarial.
De outra parte, enquanto que os trabalhadores aceitam qualquer coisa para não sofrerem a marginalização e/ou desemprego, o sistema financeiro privado e estatal produz lucros ininterruptos e abundantes, mas, sobretudo, concentrando a riqueza e o poder nas mãos de pouquíssimas pessoas e empresas, notadamente rentistas.
Afinal, a política ortodoxa e conservadora do Banco Central garante o retorno das aplicações nos papéis da dívida pública do governo. Retorno garantido e bem superior a qualquer investimento produtivo. É o que denominam de "governabilidade"!
Enquanto atende a banca internacional e nacional, submetendo toda a nação ao assalto sistemático e renunciando às políticas públicas (sérias e honestas!) de distribuição de renda, o rei prega em campos alheios, qual mendigo, uma "globalização econômica solidária". Melhor seria começar pela própria casa!
Sumiram todos os “revolucionários” de ontem. Queimaram seus discursos. Sepultaram a coerência. Cooptados, agora tratam de cooptar a própria democracia. Ou melhor, o que resta dela.




Nenhum comentário: