07 novembro 2006

Privatizações e a demagogia eleitoral

Nos últimos dias, no horário político-eleitoral, tanto na disputa presidencial quanto estadual, intensificaram-se as abordagens em torno das (voc)ações privatizantes e estatizantes dos candidatos e partidos em disputa.
Tanto Lula quanto Olívio atribuíram aos adversários, intensa e insistentemente, a vontade de levar adiante as privatizações. De imediato, no mesmo tom e repetição, tanto Alckmin quanto Yeda negaram tal hipótese,.
Lamentavelmente, a exploração eleitoreira deste tema e o nível de comprometimento das lideranças e dos partidos, em torno da manutenção das empresas públicas, é um sério e grave desserviço à nação.
A rigor, o debate deveria propiciar uma análise política, econômica e financeira séria e transparente sobre os custos da nação na manutenção destas empresas e seus níveis objetivos de contribuição ao desenvolvimento.
Em minha opinião, estamos atrasados no processo de privatização. Pagamos um preço imenso para manter estes feudos de privilégios, competitividade, produtos, preços e serviços discutíveis. Isto sem falar na notória e desavergonhada utilização e exploração político-partidária.
Várias empresas públicas atuam em setores em que a iniciativa privada faz mais e melhor e a custos menores. Empresas que hoje se pautuam pela eficiência e modernidade. Regra geral, as privatizações têm gerado resultados positivos para a sociedade e o governo. Seja na arrecadação de mais impostos, seja nos resultados para seus acionistas, seja na competitividade comercial no ambiente nacional e global.
Objetivamente, as privatizações ajudam a diminuir o tamanho do estado, reduzir o ônus contributivo do cidadão, mas, principalmente, liberam o setor público para realizar suas ações principais e necessárias, notadamente nas áreas de educação, saúde, segurança e infra-estrutura, as mais reclamadas pela sociedade.
A sempre lembrada preservação de interesses estratégicos não depende de exploração estatal. São interesses que podem e devem ser operados em termos de mercado privado e competitivo, nacional e mundial.
Este assunto estatização versus privatização não deveria mais nem constar da pauta. É uma pauta dos anos 50. Superada pela decadência dos modelos, pela aceleração do sistema mundial de trocas, pela globalização econômica e financeira, enfim, pela competitividade e abertura comercial mundial.
É lastimável que em pleno processo eleitoral presidencial e estadual estas idéias ultrapassadas e retrógradas antiprivatizantes adquiram força de voto.
Não bastasse nosso atraso no concerto mundial das principais nações do mundo, perdendo, sucessivamente, as grandes ondas de desenvolvimento, conclui-se que, a continuarmos neste impasse/passo e nestes níveis de idéias e debates, nossas dificuldades não diminuirão. Ao contrário, aumentarão.

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