16 setembro 2014

56.337

56.337

Estudo do Escritório sobre Drogas e Crime das Nações Unidas revela que aproximadamente 500 mil pessoas foram assassinadas no mundo em 2012. África, América do Sul e Central são os locais de maior incidência. Média de 29 mortes para cada 100 mil habitantes.
Aliás, também é a média brasileira. Números revelados pelo Mapa da Violência informam a ocorrência de 56.337 mortes em 2012, no Brasil.
A média mundial é de 6,2 mortes para 100.000 pessoas. A Organização Mundial da Saúde (ONU) identifica como violência epidêmica quando a média supera mais de 10 mortes para cada 100 mil pessoas. Somos tri-mortais!
Nem pensar em comparativos com os países mais desenvolvidos e civilizados. Independentemente do que alguns (ideólogos e ideologizados) possam pensar e conceituar sobre o que deva significar “desenvolvido e civilizado”.
Por exemplo, os vinte melhores países em IDH (índice de desenvolvimento humano) possuem a média de um assassinato para cada 100 mil pessoas.
É verdade, também, que metade das mortes está relacionada ao comércio de drogas, acertos de dívidas e controle de pontos de vendas. E, nesse caso, as principais vítimas são jovens pobres, de periferia e baixa escolaridade.
Mas, pode-se afirmar que os altos indicadores de criminalidade guardam relação direta com a ausência de infra-estrutura básica, a exemplo de saúde educação e lazer. Nossa desigualdade social é muito maior do que apregoam todas as propagandas oficiais.
A estatística macabra resulta da combinação de maus indicadores sociais e econômicos, desigualdade de renda, acesso fácil a armas de fogo, crescimento do narcotráfico, urbanização desordenada, desestruturação familiar e, principalmente, impunidade.
Enquanto outros países têm dois ou três fatores entre as razões para alta mortandade, nós reunimos quase todos os indicadores negativos.
Por um motivo ou outro, seja nas cidadezinhas do interior ou nas capitais brasileiras, as ocorrências diárias e fatais colocam o país em estado de tensão. Somos todos reféns do medo.
Mais: não bastassem as mortes, a impunidade e o estado de espírito neurótico e depressivo geral e instalado, a violência tem um custo financeiro astronômico.
Por ano, são bilhões de reais que se esvaem nos aparatos de segurança, no sistema judiciário e carcerário, na assistência médica e hospitalar. Toda a sociedade paga a conta.
Falhamos todos. Famílias, escolas e governos. Mais doloroso é ver que continuamos nos comportando como se nada estivesse acontecendo. Como se não tivessem ocorrido 56.337 assassinatos!

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