16 setembro 2014

Política e Nós

Política e nós

Já estamos em ritmo de campanha eleitoral. Começa a romaria dos candidatos, suas declarações de boa vontade e promessas de fiel representação popular. Há, porém e historicamente, uma implicância com os políticos em geral.
Não bastasse o histórico círculo vicioso inerente ao meio político-partidário, a sucessão de escândalos (cada vez maiores em intensidade e número) e as frustrações sociais agravam o quadro. Mas a culpa será só dos políticos?
Vejamos a questão da corrupção, por exemplo: não se trata de um problema de exclusividade do setor público. As condutas aéticas e a corrupção nas empresas, por exemplo, têm determinado – existem inúmeros estudos a respeito – aumento nos custos médios dos produtos e se constituído como um dos fatores de perda de competitividade nas relações comerciais.
E também não se trata de segmentar a crise de conduta e a corrupção entre pessoas boas ou más, pobres ou ricos, público ou privado (aliás, o público e o privado andam sempre de mãos dadas!).
Os desvios de conduta no exercício do poder, e a corrupção, por conseqüência, são pragas sociais, sem distinção de classe e nível social, de atuação econômica ou funcional.
Acredito que as dificuldades de superação e solução dos problemas nacionais concentram-se na natureza (e desorganização) do poder estabelecido e (porque não?) nas contradições comportamentais do próprio povo. Explico através de perguntas.
Quantas vezes não pretendemos “levar vantagem” à custa do esquecimento ou erro alheio, mesmo sendo aquele simples e barato pote de margarina que “o caixa” esqueceu de contabilizar?
O presentinho especial que recebemos do comprador ou fornecedor da empresa será menos corruptível do que aquele que recebeu o político?
Quantas vezes nos indignamos com casos de corrupção apresentados na TV, embora saibamos de vários na nossa comunidade (mas nossa reação e indignação não é a mesma!)?
Quantas vezes votamos por causa de algum favor ou “quebra-galho”, em detrimento de candidatos mais qualificados (e achamos isso muito normal), mas quando a TV mostra os casos iguais, afirmamos em alta voz “que é por isto que o Brasil não vai para frente!”)?
E você que é empresário e admira todos os grandes empresários e líderes nacionais, como reage quando seus nomes estão na lista de “PC’s Farias, Delúbios e outros quetais”, compradores e vendedores de favores oficiais?
Então, socialmente nos comportamos como se fosse possível conviver com diferentes níveis de tolerância ética, níveis de concessões políticas e sociais e níveis de corrupção toleráveis. E como se todas estas pequenas concessões não tivessem nada a ver conosco e com a situação/destino do país!

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