16 setembro 2014

Sininho e a Terra do Nunca

Sininho e a Terra do Nunca

Faz alguns anos, tornou-se conhecida e aceita nos meios psicanalíticos (ainda que sob restrições) a Síndrome de Peter Pan, ou, popularmente, o Complexo de Peter Pan.
Sua característica principal revelaria (no indivíduo) um comportamento imaturo social e psicológico, evidenciado por atos de irresponsabilidade, rebeldia, narcisismo e constante negação.
Para batizar sua teoria, o autor inspirou-se na obra “Peter e Wendy” (1911), que conta a história de um pequeno rapaz que se recusa a crescer, “vivendo um mundo irreal e mágico, na Terra do Nunca”.
A companhia permanente e leal de Peter Pan é a minúscula fada Sininho, sempre à volta de seus ouvidos e ombros.
Não é uma extraordinária e fantástica coincidência de personagens, comportamentos e histórias, se comparadas com algumas situações recorrentes na política nacional?
Vejamos: a auto-intitulada esquerda (sim, há uma outra esquerda!), ora no poder, não reproduz refrãos que decaíram na história? Por exemplo, a retórica populista e agora “bolivariana” não é objetiva e tipicamente irresponsável?
O discurso “do nunca dantes” não é narcísico? A constante negação das evidentes contradições governamentais não é um sintoma típico do complexo?
E a permanente “responsabilização alheia (a culpa é dos outros)” pelos erros e fracassos não é um ato infantil?
“Império do mal (EUA), neoliberalismo, partido da imprensa golpista”, entre outros de seus típicos motes político-ideológicos, não são a personificação do Capitão Gancho, “o inimigo de carteirinha”?
E, finalmente, para fechar o quadro do (ir) realismo fantástico, a presença simbólica de Sininho (a incensada líder dos Black Blocs), nossa fada travestida que teria trocado o pó mágico por bombas incendiárias. A opção pela depredação do país real para fazer emergir a hipotética Terra do Nunca.
Ou seja, uma sucessão de atos e comportamentos de personagens que se recusam a crescer!

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