30 janeiro 2006

EUA: um país fora-da-lei

“...haja vista a sofisticação tecnológica e a natureza global das relações sócio-econômicas, nada se compara, em todos os tempos, ao atual estágio do poder norte-americano. Para o bem e para o mal.”

O comentarista internacional Newton Carlos relacionou no semanário Pasquim(09-04-2002), uma vasta relação de ações e reações norte-americanas contrárias aos movimentos e interesses das demais nações, relacionados a tratados, acordos, convenções e pactos de interesse mundial. Vejamos alguns pontos importantes:
- Tratado de proibição de desenvolvimento e fabricação de foguetes anti-foguetes(1972): EUA abandonam o tratado que previa o controle desarmamentista;
- Protocolo de Kyoto-contenção de emissão de gases e aquecimento planetário(1997): EUA ignoram as metas e fixam índices e metas por sua conta, à luz de seus interesses econômicos;
- Convenção sobre armas químicas e biológicas(1972): EUA não abrem as suas instalações e limita-se a acusar um conjunto de países, o tido “eixo do mal”;
- Tratado para acabar com o tráfico ilegal de armas leves e banimento das minas terrestres(1997): EUA renegam-no desde o primeiro momento;
- Tratado de banimento total dos testes nucleares: EUA não assinam.
- Resolução da ONU que determina o acesso - a custos reduzidos – a remédios anti-AIDS: EUA são contrários em apoio às multinacionais de medicamentos
- Espionagem econômica e vigilância eletrônica: EUA se recusam a discutir as denúncias do Parlamento Europeu sobre um denominado “sistema Echelón – rede planetária de “mil olhos” fixados em telefones, faxes e e-mails”;
- Conferência da ONU sobre racismo na África do Sul: EUA não comparecem;
- Programa Internacional de Energia Limpa: EUA ignoram, inclusive contrariamente a posição dos demais países do G7;
- Fim do Embargo contra Cuba: EUA ignoram a 10ª Resolução da ONU.

O comportamento norte-americano, sua arrogância, sua soberba, são típicos dos impérios, nações ou povos que em determinado momento histórico sobrepõem-se aos demais pela força de sua economia ou de suas armas, “perpetuando” seu poder, sua influência, até limites insuportáveis.
Logo após o ataque ao World Trade Center-WTC, tratei diversas vezes desta temática atualíssima que é a questão do imperialismo. Surge, naturalmente, o debate sobre a dimensão comparativa dos impérios de hoje(EUA) e os de outrora(japonês-russo-romano). Haja vista a sofisticação tecnológica e a natureza global das relações sócio-econômicas, nada se compara, em todos os tempos, ao atual estágio do poder norte-americano. Para o bem e para o mal.