30 janeiro 2006

Lições da América – II

“A indústria bélica norte-americana está a pleno vapor. O orçamento público prevê bilhões de dólares em gastos militares. "
No ano passado, por ocasião do ataque ao World Trade Center, escrevi alguns artigos sobre o tema e suas amplas repercussões. Um dos artigos, “Lições da América”, antecipava uma perspectiva e reação bélica dos EUA, ao contrário das teses otimistas. Agora, passado mais de um ano, e face às movimentações americanas no mundo, e particularmente no Oriente Médio, acho que vale a pena reler alguns trechos.
“...muitas pessoas tem uma expectativa otimista relativamente às consequências políticas que advirão após a trágica terça-feira nova-iorquina. Reportam-se, objetivamente, à influência de uma parcela da opinião pública americana capaz de compreender os exageros intervencionistas de seu país, deflagradores sistemáticos da antipatia ao império norte-americano, e agir, em contenção, a exemplo do episódio da retirada de tropas do Vietnã.”
“...a intensidade da ação e participação americana nos negócios mundiais, ...não permite imaginar-se a viabilidade desta esperança(da paz). (...) Os EUA constituem-se...no grande império econômico-bélico, sem precedentes na história do mundo, e não haverá de sensibilizar-se com crises de identidade de outros povos, notadamente aqueles subordinados e dependentes. Isto significa que dispõe-se a pagar o preço...da hegemonia, inclusive com vidas humanas, próprias ou de outras nações.”
“...tudo indica que ocorrerão graves retaliações...suficientes para que nenhum país tenha dúvidas sobre quem manda “nesta galáxia”; e, como diz o próprio presidente americano, “assegurar o triunfo do bem sobre o mal”....”
“Esta postura, tipicamente norte-americana, mantendo a prática e o alcance do “big stick”, o grande porrete, braço que a todos alcança e pune, alimenta a antipatia pelo “american way of life”...”.
Apenas para lembrar: a indústria bélica norte-americana está a pleno vapor. O orçamento público prevê bilhões de dólares em gastos militares.
Vem chumbo aí, gente!