30 janeiro 2006

Imperialismo e O Estado Espetáculo

“Nosso tempo (...) prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência ao ser (...) O que para ele é sagrado é pura ilusão”
Feuerbach

Mencionei, outro dia, a propósito dos trágicos episódios ocorridos em território norte-americano, e como esclarecimento da previsibilidade do evento, o autor Samuel Huntington, autor da obra “Choque de Civilizações”, igualmente autor de outra obra importante, qual seja, “A ordem política nas sociedades em mudança”(1968).
Hoje faço menção – com recomendação de leitura - à outra obra de extrema atualidade, face os desdobramentos políticos que advirão, denominada “O Estado Espetáculo”(1977), de Roger-Gerard Schwartzenberg. Recomenda-se, também, olhar de novo, com atenção redobrada, o filme “Mera Coincidência”.
Alguns pensadores julgam superado o debate em torno do imperialismo e sua significação dado o moderno caráter da globalização e seus efeitos gerais e colaterais. Talvez seja oportuno reproduzir-se alguns conceitos relativos a significação de “imperialismo”.
Sem dúvida, caracteriza-a, principalmente, uma exagerada valoração emotiva, patrocinada pela propaganda político-ideológico e partidária, a cargo de “slogans” e lemas. Difícil, pois, prestar-lhe uma exatidão, uma objetividade, uma neutralidade.
Sua origem, o nome já diz, vem do latim “imperator”. Surge, modernamente, em 1830, relacionado ao “império napoleônico”. O sentido pejorativo, comum nos dias de hoje, surge em 1848, graças à política “cesarista de Napoleão III”. Em 1870, a política de fortalecimento e expansão do império colonial britânico, na administração do Primeiro-Ministro Disraeli, recebe, igualmente, a denominação de imperialismo.
Com o tempo, sobretudo em função da política externa e expansão inglesa, o significado ficou, definitivamente, claro: imperialismo é estabelecimento da soberania política de uma nação sobre povos e territórios estrangeiros.
Evidentemente, há inúmeros modelos diferenciados de imperialismo. Manifesta-se, pois, por várias formas e meios. Mas, basicamente, o imperialismo é indiferente às variações de forma ou força. Ora suas razões e objetivos podem ser econômicos, ora podem ser de natureza estratégica quanto a manutenção de poder; como podem ser para a preservação de áreas de influência.
Oportunamente, falaremos sobre o estado-espetáculo. Não esqueça de olhar o filme.