30 janeiro 2006

O que será amanhã?
(O terror nos EUA)
De outra parte, a cautela, ou recuo, dos demais países leva em conta, com certeza, a gravidade e a incerteza dos desdobramentos de uma guerra desta natureza, ou da natureza que se pretenda, ou melhor, da natureza da guerra que os EUA pretendem. O que significa isto?

O impulso inicial de inúmeros países no apoio incondicional à reação americana refluiu, nos últimos dias, para posições de reavaliação e ponderações. Deve-se, parcialmente, tal atitude, notadamente dos europeus, vacinados em guerra, às fanfarronices de Bush, que, precipitadamente, batizou a empreitada de “guerra santa”, “cruzada”, “bem contra o mal” e, mais recentemente, “quem não está com nós, está com os terroristas”. Uma tragédia diplomática!

De outra parte, a cautela, ou recuo, dos demais países leva em conta, com certeza, a gravidade e a incerteza dos desdobramentos de uma guerra desta natureza, ou da natureza que se pretenda, ou melhor, da natureza da guerra que os EUA pretendem. O que significa isto?

Significa dizer que é de pressupor-se que esta guerra não limitar-se-á às suas expostas razões de combate ao terror, mas prenunciará uma nova e forte redefinição dos papéis globais, dos territórios de dominação e da qualidade e natureza intervencionista.

Não se trata, é bom dizer logo, de uma visão catastrofista, ou pessimista, relativamente à qualidade da intervenção americana. Apenas, um choque de realismo geo-político.

A humanidade tem inúmeros exemplos sobre “as boas intenções” dos exportadores de revoluções e utopias, dos globalizadores da democracia e da economia de mercado, da purificação das raças, etc..., entre outros devaneios que custaram milhões de mortes.