30 janeiro 2006

Imperator - II

“Lupus pilos, nom ánimum, mutat.”
(O lobo muda o pêlo, e não a índole.)

A impressionante vitória de George Bush, que repercutiu inclusive nas demais eleições americanas, a exemplo de governadores, deputados e senadores, constituindo uma maioria absoluta, confirma a gravidade deste momento histórico da humanidade.
Descontada a influência de outras decisões contidas na cédula eleitoral de vários estados – como o casamento de gays e o aborto, bem como a histórica e fundamental diferença entre democratas e republicanos (na prática econômica e tributária democratas são intervencionistas e pró-programas sociais(aumento de impostos); republicanos são liberais em economia e contrários a aumentos de impostos), reafirma-se a natureza conservadora, prepotente e neurótica dos EUA.
O Grande Xerife Universal recebeu carta-branca de seu povo. Conseqüentemente, permanece na ordem do dia o debate em torno da natureza do imperialismo. Alguns pensadores julga(va)m superado o debate em torno do imperialismo e sua significação dado o moderno caráter da globalização e seus efeitos gerais e colaterais.
Infelizmente, para a paz mundial, por motivações geopolíticas e econômicas o ocidente impõe, periodicamente, conceitos culturais, práticas civilizatórias e regimes políticos aos demais povos, através de ações prepotentes e arbitrárias; militares, quase sempre! Os Estados Unidos, mais sofisticado, sucessor dos impérios decadentes, promove, inclusive, a ocupação cultural e financeira , sob o signo de seu aparato bélico.
Basicamente, o imperialismo é indiferente às variações de forma ou força. Suas razões e objetivos podem ser econômicos, como podem ser de natureza estratégica quanto à manutenção de poder; e também podem ser para a preservação de áreas de influência.
Repetindo um refrão que utilizei em artigo de setembro de 2001, após a queda do WTC: “como pedir para o leão deixar de ser leão e respeitar os interesses dos antílopes?”