30 março 2006

A Era do Individualismo

“A mensagem e a conclusão são óbvios: a vida é breve. A felicidade até existe. Está na mídia, no shopping, nas passarelas, no álcool, nas drogas. Não há futuro. Só presente. Ou melhor dizendo, isto é, pior dizendo, só há o vazio!”


O noticiário policial e de costumes informa, seguida e fartamente, o envolvimento de jovens, entre 12 e 18 anos, nos mais variados incidentes, principalmente de ataques a pessoas, constando, inclusive, vários casos de espancamentos seguidos de morte das vítimas.
A exemplo de mendigos, índios e anciões, as vítimas sofrem uma carga pesada e repetida; melhor seria dizer uma “descarga”. Sim, porque fica evidenciada que toda esta violência é, basicamente, conseqüência de uma grave crise de valores sociais, familiares, e, principalmente, uma absoluta falta de perspectivas pessoais.
A verdade é que não estamos dando conta, pais, famílias e sociedade, da construção de um futuro viável às gerações seguintes. Criticamos suas roupas, seus hábitos, seus amigos, sua alimentação, suas preferências musicais, enfim, em alto e bom som declaramos: isto não é vida, isto não é infância, nem adolescência!
Dissemos mais: não haverá emprego. Não haverá futuro. Assim, flui deste conjunto de frases pessimistas uma sensação de impotência, uma descrença na família, na sociedade, despertando, em reação e desespero, o monstro do individualismo. A descrença no esforço coletivo, na comunidade e nas formas de representação formal, bem como o desrespeito às normas e às regras de convivência, são os sintomas visíveis do monstro em gestação.
A mensagem e a conclusão são óbvios: a vida é breve. A felicidade até existe. Está na mídia, no shopping, nas passarelas, no álcool, nas drogas. Não há futuro. Só presente. Ou melhor dizendo, isto é, pior dizendo, só há o vazio!

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