30 março 2006


O fim dos empregos

“...as relações de emprego que existiam até recentemente sobreviverão apenas em nossa memória.”


Jeremy Rifkin, em seu famoso livro "O Fim dos Empregos", analisa o processo de desemprego estrutural, uma conseqüência direta da paralisação dos investimentos estatais e da abertura do mercado. No mesmo livro, Rifkin assinala que “a implacável lógica do mercado não deixa dúvida de que as relações de emprego que existiam até recentemente sobreviverão apenas em nossa memória.”
Em nosso país, compreensível o fenômeno, haja vista que a abertura do mercado implicou e determinou que as indústrias intensificassem o uso de tecnologias poupadoras de mão de obra, modificando a escala de produção e os custos médios unitários.
Nos últimos anos, também tem contribuído para este quadro de desemprego uma conjuntura recessiva causada pelas altas taxas de juros e os sucessivos recordes no superávit primário do governo.
No setor de serviços, onde poderia ocorrer uma compensação, um amainamento desta crise social, isto, infelizmente, não ocorreu. O setor de serviços, responsável por 60% da riqueza nacional, vem, também, reduzindo, relativamente, as oportunidades de trabalho, como conseqüência da informatização de atividades.
O fim dos empregos já é uma realidade vivida por milhares de pessoas em nosso país, que sobrevivem de serviços eventuais e informais. Mas resta uma esperança: uma mudança de postura governamental e empresarial, optando por investimentos na área social como saída para a geração de emprego.