30 março 2006

Paraísos Fiscais - II

“Os paraísos fiscais são a sombra, são a escuridão na qual agem os delinquentes. Como diriam os romanos: “qui male ágit, ódit lucem.”; em português: quem procede mal odeia a luz!”


Em agosto de 2003, escrevi um artigo sobre os paraísos fiscais, publicado aqui nesta mesma coluna, enfatizando a falta de uma ética entre as nações, omissas em conduta e ação para organizar uma política e legislação mais rígida para o depósito e movimentação de dinheiro.
Sabe-se que o dinheiro mal havido - ou por fraude fiscal, ou por negócios de drogas, ou comércio ilegal de armas, ou por propinas para facilitação de negócios escusos, sejam públicos ou privados, entre outros exemplos, procura os paraísos fiscais.
Agora, Zero Hora dominical, edição do dia 24 de outubro, página 22, confirma que os paraísos fiscais se alastram pelo Mundo, segundo dados e informações da ONG Rede Mundial para a Justiça Fiscal.
Empresas, principalmente, criam várias filiais e sucursais cujo único objetivo é a sonegação fiscal, desvio de recursos e fraudes contábeis. Claro que, à luz do dia, justificam seus procedimentos sob o argumento das elevadas cargas tributárias dos países de origem.
Porém, o argumento original não se sustenta mais. Este cenário todo não se sustenta mais, moral e eticamente, haja vista o crescimento dos golpes fiscais, do narcotráfico, da corrupção.
É de perguntar-se ao povo destas nações, e às famílias dos proprietários e acionistas de bancos, cujas políticas são tão generosas com os ladrões, se realmente defendem estas idéias, estes modelos?
Como se estabelece o sentimento de culpa e co-autoria dos acionistas e países relativamente aos vários grupos de terror em ação, cujos saldos bancários estão sediados nestes paraísos?
Os paraísos fiscais são a sombra, são a escuridão na qual agem os delinquentes. Como diriam os romanos: “qui male ágit, ódit lucem.”; em português: quem procede mal odeia a luz!