30 março 2006

A guerra dos jovens

“Infelizmente, vivemos uma época de pouca justiça social, excesso de informação (leia-se confusão), o que determina que muitos jovens estejam em crise de identidade, sem causas/lutas específicas e “tateando” por caminhos obscuros.(...) É uma operação de guerra: a construção de um sujeito de direitos e deveres, com incentivo à cidadania, à politização, ao estudo e ao trabalho.”


O Censo Demográfico 2000/IBGE apontou que 56 milhões de brasileiros têm idade inferior a 17 anos. Objetivamente, isto significa um contingente humano que aspira possibilidades de educação, atendimento à saúde e uma preparação adequada para o mercado de trabalho.
Infelizmente, vivemos uma época de pouca justiça social, excesso de informação (leia-se confusão), o que determina que muitos jovens estejam em crise de identidade, sem causas/lutas específicas e “tateando” por caminhos obscuros.
De sua parte, há uma percepção da realidade, mas não uma compreensão de suas causas. Contribuem para esta não compreensão da realidade a adesão e opção por exemplos/ícones descompromissados e não conectados com sua realidade. Conseqüentemente, não há um engajamento e participação organizada na sua sociedade
Do mesmo modo, como convivem com o desemprego e baixa renda dos pais, são vítimas/agentes da violência das ruas, das “tribos”, dos guetos e das favelas.
A guerra dos jovens, que de simbolismo não tem nada, é um sério desafio à nossa consciência e responsabilidade social. Uma tarefa de extrema complexidade e um desafio que ultrapassa o dever constitucional do Estado. Um problema da sociedade.
Objetivamente, a construção de alternativas deve abranger uma atenção e percepção psicosocial desta fase de vida. Não pode, por exemplo, deixar de considerar aspectos inerentes ao espírito da audácia, emoção, modernidade e linguagem própria. Sabe qualquer pai e educador que os desejos da juventude estão impregnados de desafios, inquietações e descobertas.
Neste sentido, iniciativas e políticas públicas que ambicionam a participação dos jovens devem considerar estes elementos na sua elaboração. Igualmente, devem cercar-se de um acervo e aparato profissional que responda à uma séria de questões relacionadas às experiências com trabalho, cultura, escola, saúde, comunicação e drogas, por exemplo.
É uma operação de guerra: a construção de um sujeito de direitos e deveres, com incentivo à cidadania, à politização, ao estudo e ao trabalho.



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