30 março 2006

A nova consciência negra

A intervenção social moderna dos negros opera-se, basicamente, através da música e dos movimentos comunitários. É sua forma de expressão, manifestação e preservação de sua história racial e social. É a força e a universalidade da arte a serviço da quebra dos preconceitos.

As mais recentes gerações de negros realizam sua militância política, a luta contra o racismo, principalmente, através da arte e dos compromissos sociais, ao contrário dos pais que eram politicamente engajados e empenhados nos movimentos pró-igualdade racial.
Estão firmes e engajados neste modelo de luta e trabalho, embora os militantes de gerações anteriores duvidem da amplitude e eficácia destas iniciativas, eis que entendem que a situação do negro pouco melhorou e que apenas a militância nas artes não é suficiente para transformar a sociedade.
A intervenção social moderna dos negros opera-se, basicamente, através da música e dos movimentos comunitários. É sua forma de expressão, manifestação e preservação de sua história racial e social.
Têm uma perspectiva mais imediatista da sociedade e do seu cotidiano, mas, basicamente, uma visão prática, qual seja, sintetizando, no seu dizer: “a arte é democrática, toca na emoção, vende um estilo de vida e gera dinheiro sem depender de governos.”
Exemplarmente, o estado do Rio de Janeiro é rico nestes novos modelos de intervenção social. Os grupos mais famosos são o Afro Reggae (oficinas de percussão, dança e capoeira, teatro e circo), a Nêga Gizza e seu irmão MV Bill, da Central Única das Favelas-Cufa( hip hop) e O Nós do Morro (do filme "Cidade de Deus"). São dezenas e dezenas de comunidades envolvidas em inúmeros projetos de natureza cultural e com ânimo de inclusão social.
Lentamente, os movimentos e projetos disseminam-se pelo país inteiro. É a força e a universalidade da arte a serviço da quebra dos preconceitos.

Nenhum comentário: