30 março 2006


Servos da Moeda
“Passamos a nossa vida inteira presos a algum esquema de juros e financiamento em que todo o nosso suor e trabalho não se transformam em riqueza e melhoria de vida, mas são sempre carreados para os donos do poder financeiro.”

Tive oportunidade de conhecer e conversar com Rui Nogueira, médico e escritor, natural de Blumenau, autor do livro “Servos da Moeda”, bem como das obras “Nação do Sol” e “Amazônia, império das águas”. O autor é um daqueles brasileiros inconformados com nossa passividade diante das inúmeras formas de intervenção e dominação do capital e interesse estrangeiro na economia e soberania nacional.
Sua narrativa e intervenção é no estilo de Bautista Vidal, outro brasileiro ilustre, que prega a absoluta utilização das riquezas nacionais em prol do desenvolvimento das condições de vida dos brasileiros.
Servos da Moeda é um livro sobre a utilização e aplicação do dinheiro. Sobre a enormidade de juros e financiamentos que pagamos a vida inteira. Sobre a transferência de renda aos estrangeiros.
Não é um livro de doutores, de economistas. Como diz o autor, “é um livro do pensar, do bom-senso, da observação do dia-a-dia da vida, da compreensão da situação das pessoas. É o livro firmado no mais profundo sentimento humanista: o mundo tem que ser um lugar bom para todos viverem.”
E continua: “como acreditar na existência de uma “mão invisível” autônoma, que equilibra os mercados e os preços das mercadorias numa auto-regulação? Ainda mais nesta época da existência de redes internacionais de comunicação, com informações percorrendo distâncias à velocidade da luz e de corporações cada vez mais agigantadas e concentradas. Como pode haver mercado e concorrência com pouquíssimas empresas controlando as produções e as atividades mais essenciais à vida humana”.
Quando travamos estes encontros com os sonhadores, com os inconformados, renova-se a esperança de que virá o dia em que todos os brasileiros terão vida digna e acesso aos bens da nação. Renova-se a esperança de superação deste estado de passividade, de mesmice, de deslumbramentos e macaquices com os modelos de vida alheios.